quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cidadão do mundo



Foto-João Ferraz


Cidadão do Mundo


Célia Pires


O braço a torcer era sempre o meu.
Tentava sempre plantar e colher amor, mendingando atenção. A sua atenção!
Mas nenhuma ternura era dispensada comigo. Eu mesmo estava endurecendo a cada dia
Tive que buscar nas profundezas do meu ser a coragem para recomeçar. Renascer.
Aprendi com certa dor que relacionamentos devem ser abençoados. Antes de ser fiel ao outro devemos ser leal conosco mesmo.
As mãos estendidas em sua direção muitas vezes ficaram pendendo, pendentes no ar. Sem retorno de um carinho. Prá que isso meu Deus? Pra que? Eu que sempre quis a sua mão entrelaçada com a minha. Nunca me senti tão sozinho estando ao seu lado. Tão só. Tão só...
Você era uma idéia fixa. Mas descobri antes que você virasse uma doença. Uma obsessão.
Mas também aprendi que existe uma saida para tudo na vida. Livre arbitrio.
Para que me colocar numa encruzilhada se sei que caminho devo seguir?
Quero encontrar a mim mesmo na próxima esquina. Não um estranho marcado pelo ocaso, pela dor do acaso.
Assim escolho o melhor caminho: o meu!
Atendo aos anseios de minh'alma.Quero ser feliz. De verdade!
Retiro lentamente o véu da ilusão.
De repente, me vejo, frente a frente com as porteiras do Destino. Estão abertas. Escancaradas
Saio. Nem olho para trás.Me sinto livre. Sem amarras. Um cidadão do mundo e sinto me atingir com toda força um amor completo que até então desconhecia: o amor por mim mesmo, por mim mesmo...

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