terça-feira, 11 de maio de 2010

Alma de fósforo

























Foto-João Ferraz




Alma de fósforo


Célia Pires

Minha alma errante quer manter viva a chama, mas seu soco certeiro no meu ego não acredita no meu amor que é verdadeiro. Me nega.Me renega!
Não posso, não conseguirei prosseguir sem antes extinguir, esgotar essa chama que me consume de paixão, medo e terror de te perder.
Não posso deixar o inverno invadir o calor que encontro nos teus braços.
Me recuso a ser um bicho infeliz, murcho, que pode sucumbir a qualquer momento.
Não posso ser lançado a dura solidão, mergulhado nas sombras.
Meu amor é como alma de fósforo: só acende uma vez!

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