segunda-feira, 28 de março de 2011

Oferenda


Oferenda


Queria poder escrever tanta coisa bonita para alegrar o seu dia Mas minhas mãos 'emudeceram'...pela emoção" Queria poder ter o remédio que curasse qualquer resquicio de dor. Dores da alma. Queria pelo menos por um minuto poder embalar aquele menino que se descobriu um 'poeta das cores' e consolá-lo dizendo que mesmo possuindo todas as tintas coloridas um dia passaremos por momentos escuros. Ah! como eu gostaria de poder fazer um buraco na lagoa de sua alma e fazer com que as lágrimas de alguma desilusão, que por ventura ainda permaneçam, se esvaissem. Hoje, pelo menos hoje, queria sorrisos escancaradamente verdadeiros em seu rosto quase sempre tão sério. Queria e quero que você tenha hoje um dia pleno de alegria com pessoas te festejando. Queria poder te entregar uma cesta de beijos pessoalmente, mas estou milhas e milhas distante, por isso só posso desejar, só posso desejar-te...

domingo, 27 de março de 2011

Urbanidades




Foto de João Ferraz




URBANIDADES

Não são todos que entendem a beleza da poesia, do sutil, das entrelinhas, que sabem traduzir a difícil 'língua' que fala a alma.

Esses seres são raros.

Entendem o que é um voo livre!

Sabem fazer do pensamento uma nave que viaja pelo tempo e espaço.

Conhecem o que é real, mas não deixam de viver os sonhos que os encantam, mesmo que por momentos efêmeros, mas que causam uma suave e morna satisfação.

E esse delicioso sentimento os inspiram a construir obras cada vez mais cativantes e que mostrem uma verdade absoluta, a de que podem voar. Duvida? Tente abrir as asas...

Auto retrato

Foto de João Ferraz













Auto retrato


Quando era menino fotografava com a mente. Não demorou muito para o garoto descobrir a paixão, ou melhor, o amor da vida toda: Fotografia!!! E é tanto amor, mas tanto amor que consegue se fundir com a mesma. Personificação a que podemos chamar... de auto retrato.

Coração vagabundo

Foto de João Ferraz A dura realidade mostra o abismo em que vive, a sua solidão, mas eis que por mágicos momentos também lhe trazem companhia, seja esta qual for. Poder dividir algo com essa companhia é uma ventura que alvoroça a sua exagerada e, às vezes, minguada esperança, que o catapulta a um mundo de possibilidades. Sorri. E isso lhe aquece o coração. Não lhe teme os dentes. Também está desarmado. E se comove com a doçura e força do novo amigo. Lágrimas represadas rebentam em pranto convulso. Entende, por fim, que nada está perdido para sempre. Nada...

Porteira da alma



Foto de João Ferraz


Porteira da alma


Célia Pires

Caminho. Busco a quem? A mim mesmo. Encontro alguns pontos nessa louca cidade onde não há terra, só asfalto e com isso não há como a chuva penetrar. Essa chuva é a emoção. De emoção! Percebo que é perigoso e ao mesmo tempo prazeroso o ofício de viver, mas sigo essa verdade simples. Na minhas andanças percebi que a grande busca e o grande encontro acontecem aqui mesmo: dentro de nós e não o contrário. O nosso destino,sim é nos descobrirmos...nos capturarmos. Nos livrarmos da sombra densa, nos colocarmos em contato com a luz da nossa crua verdade. Com nossas dores. Com nossos amores. E quando descobrimos essa verdade simples,ela nos invade o coração, desce as escadas de nossa alma. Não adianta fugir...a verdade nos alcança e expõe as fraturas emocionais. Quando finalmente conseguimos abrir a porteira de nossa alma, uma luz vibrante quase nos ‘fere’ tamanha a tempestade que se forma, que se avoluma dentro de nós. E tudo vai acontecendo e ninguém vê. Só a gente sabe. Só a gente sente. E desvendada a nossa alma, não nos sentimos mais sós. E esse encontro da gente com a gente mesmo é um encontro com o divino. E embora haja lágrimas, também vai haver risos, certezas, incertezas. A porteira da alma,enfim está aberta e ela é e a entrada para o caminho de nossos corações...

Perdido...procurando um caminho!

Foto de João Ferraz


Perdido...procurando um caminho!


Célia Pires

As emoções que alimentavam os belos sonhos de voar estão ficando cada dia mais desnutridas, pois perdido...em si mesmo, de si mesmo... procurando um caminho! O tormento de procurar um canto, repousar num ninho. E não encontrar! Um palheiro sem agulha! Para quem pode ‘planar’ pelos céus, o chão pode mostrar uma visão grosseira e fria da vida. Linear. Sem horizontes! É como se não existissem curvas que lhe mostrem outros caminhos. Ensimesmado, quase derrotado, procurando um canto, ele se põe a cantar. Seu canto triste enche o universo à sua volta e quem o ouve pode sentir profundamente a sua dor, mas também a sua esperança, a sua esperança...

sábado, 26 de março de 2011

Casa


Foto de João Ferraz


Casa


Célia Pires

Ali é como se estivessem pisando num tapete macio, mansa e lentamente. Andando, por assim dizer, num caminho, às vezes, suado, mas sempre suave. Ás voltas com roupas, contas, panelas, carícias,poesias da vida real... E é tal a delicadeza da música ali tocada que parece que somos convidados a sorver pequenos goles de um raro néctar em xícaras da mais fina porcelana. Ali parece que as pessoas se tornam deliciosamente cúmplices, com muita prosa boa para nutrir a alma.

Prosa: Bonita.

Visceral.

Com lances travestidos de amor.

Às vezes algumas rusgas.

Com o tempo, algumas rugas, que surgem como goteiras

que se infiltram e minam o telhado do tempo.

A tinta descascada.

Mas onde a amizade é saboroso cardápio.

Ali não separa. Casa.Uni, pois é construída em bases. Sólidas e não só lidas! Ali pode até existir dor, mas quem a habita é a esperança...com todos os significados que carrega,pois é ela que pode lhes salvar a vida: a esperança...

Vida social

Foto de João Ferraz
Vida social

CéliaPires

Descomprometidos das e com as convenções eles tomam ‘posse’ dos palácios, das soberbas escadarias, dos belos casarões, dos bancos. Das praças.

Modificam a paisagem. Passamos.

Olhamos. Fingimos que não vemos! Não queremos passar além da critica. Além da nossa própria hipocrisia. Não é problema nosso!!!!!!

Esquecemos para que e em quem votamos... Não percebemos o quanto a sociedade tem sido kamikase, pois destrói a si mesma, pois, muitas vezes, escondida na zona de conforto como aqueles conhecidos macaquinhos: não vê, não ouve e não fala...

Poesia Urbana

Foto de João Ferraz

Poesia urbana

Célia Pires

A vida nos oferece a cada momento lindos versos.
Basta saber lê-los.
E por um momento, breve que seja, podem nos livrar da melancolia,
nos apartar da solidão, nos inundar de puro contentamento
E nos colocar no centro do mundo nos
transformando em puro sentimento de com(paixão).
De amor pela gente mesmo.
Um sentimento que pode ser provocado por um simples revoar, por um simples revoar...

Anjo

Foto de João Ferraz

Anjo

Célia Pires


Pensava que era um ser absolutamente só.
Um maior abandonado.
Repudiado por todas as ‘gentes’ ,
encontrou conforto e alento em um amigo. Um anjo!
Descobriu com ele que é possível gostar de um ser, seja este qual for,pelo que ele é em sua essência a despeito das convenções.
Amar sem saber com que amor, mas amar...

Tierra del Fuego- Argentina



Obra do pintor Marcelo Accarini










Tierra del Fuego (Argentina)




Célia Pires






Tierra del Fuego: assim que a vislumbro descubro o verdadeiro significado da palavra fascinação e, eu ser ‘apartado’, me sinto acompanhado. Confortado. Atraem-me suas planícies, vales. Suas montanhas nevadas me encantam. Diante de tal grandiosidade e magnitude sinto-me pequeno, mas integrado! O sentimento surge denso. Intenso. Ardente. É amor... Permito-me sair da obscuridade de mim mesmo. Sinto uma chama arder dentro de mim e algo se rompendo e que vai aos poucos se vertendo em lágrimas. De libertação. Sim, sinto derreter o gelo. Dentro de mim. Alegro-me: meu coração agora é fueguino. Sim pertence para sempre à Tierra del Fuego... Tierra del Fuego...

quinta-feira, 24 de março de 2011

O equilibrista




Fotos de João Ferraz




O equilibrista




Célia Pires


Quando o adulto não consegue realizar algumas metas traçadas ao longo de sua trajetória, muitas vezes, sucumbe e caí. E ao invés de se lembrar da criança que caia e levantava, acorda aquela que, muitas vezes, chorava sozinha e em total desamparo... procurava um conforto difícil de achar. Chorando lágrimas que lenço nenhum era capaz de enxugar.


Não podemos nos esquecer do equilibrista que mora num cantinho de nós e nos sustenta tal qual uma coluna. Somente nós mesmos podemos embalar esse guri que vive cá dentro de nós, só a gente sabe como mascarar a dor para que ele não saia berrando. É dificil, quase derrapamos, mas os laços de amor que foram formados dentro de nós podem nos envolver. Se deixarmos. Se querermos... Eles fazem com que nossas raízes da auto estima se fortaleçam. Com esses laços que nunca devemos deixar se transformar em nós de rancor, viramos ou melhor, nos lembramos que somos equilibristas da vida. Equilibristas na vida...

Lua


Foto de João Ferraz



Lua
Célia Pires
Quero nessa noite de Lua.
Linda.
Sublime.
Mágica.
Ouvir a sua voz me dizendo: te quero!
Me iludindo dizendo que buscaria o lindo satélite para mim se preciso fosse!
Quero essa noite assim. Com esse luar poético.
Envolvente.
Ouvir sua voz que penetra não só os meus ouvidos,mas as entranhas...
Receber, amado, seus beijos adocicados.
Gulosos.
Deliciosos...
Quero também olhar essa Lua ao som da nossa doce canção
Sim essa noite e mais outra e outra e outra... quero essa 'caricia' na alma...no corpo e no coração...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Outro barco na Ilha Bela



Obra do pintor Marcelo accarini

http://www.accarinifinearts.blogspot.com/


'Outro barco na Ilha Bela'

A beleza é tanta que lhe batizaram Bela.
E são tantos os apaixonados que a desejam
Mas ela, a Ilha, somente acolhe e nutre
quem lhe dedica amor
A esses, acaricia, deixando suas águas mais 'macias' e o salgado mais doce
A esses ela cuida:os torna únicos e não apenas mais um outro barco...
Se faz ainda mais sedutora aninhando-os em seus ondulantes braços, oferecendo seus lábios, que magicamente destilam mel, e sem holocausto, mas com prazer,a bela ilha se entrega...

domingo, 13 de março de 2011

Alma Vazia


Foto de João Ferraz


Alma Vazia

Célia Pires
Uma certa melancolia o paralisa.
O invade como uma sinuosa serpente
envenenando sonhos.
Ofuscado pelo dor da solidão não se permite fitar o céu e brincar com as figuras formadas pelas nuvens de 'algodão'.
E sem nenhum brinquedo se fecha em si mesmo. Tranca as portas. Janelas.
E sozinho consigo mesmo se entrega a um pranto convulso até deixar a alma vazia. Limpa.
De repente, a esperança cava uma brecha e surge como um arrimo, como um bote salvador. Ele se lança como um naufrago e a agarra e deixa que essa esperança preencha a sua alma vazia...a sua alma vazia...

Destino

Foto de João Ferraz


Destino

Célia Pires
Havia um tempo que a vida não me pesava.
Eu era como uma pena solta no espaço.
O comprometimento apenas de ser. Criança!
Onde qualquer canto de passarinho fazia surgir uma súbita alegria.
Eu não tinha esse olhar errante.
E a felicidade podia ser traduzida em ser conduzido na garupa de meu pai. Eu era apenas um menino com um brilho genuíno no olhar. Inocente de tudo.
Meu destino era apenas o de ser feliz. Ser feliz...
Em que momento foi que me perdi de mim?

sábado, 12 de março de 2011

Estação de trens em Araraquara









Obra do pintor Marcelo Accarini









Estação de trens em Araraquara










Célia Pires


Havia vida.
O lugar de despacho de cargas.
O armazém
O vai e vem de carroceiros que faziam a festa transportando mercadorias: de malas a cerveja ensacada.
A baldeação, onde os passageiros por conta da diferença de bitola tinham que trocar de trem.
O restaurante sempre concorrido
Os convidativos bancos para se sentar enquanto o trem não chegava
A sala de espera
O guichê
O burburinho daqueles que não iam embarcar, mas que encontravam no lugar entretenimento.
Encontros.
Desencontros
Estação de Flores. De dores. Amores
Outra vida.
Outro mundo.
A cidade era vista a partir da Estação.Hoje a estação abriga um museu de si mesma para não ficar esquecida no vagão do tempo. Para não virar ‘estação solidão’
E agora quem por ali passa recarrega o ‘vagão’ que vaga na própria alma salpicada de lembranças: o apito.
O maquinista.
O vendedor oferecendo toda sorte de doces e sedutores biscoitos de polvilho. Gigantes.
Que coisa mágica era tudo isso. A trilha sonora produzida pelo trilho embalava quem ia observando a paisagem através da janelinha.
A estação que recebeu trens de passageiros até março de 2001, foi o ponto de partida para tantas outras partidas, mas também de chegadas. Quem por ela passou, não sabia que um dia o bilhete ali vendido seria o da saudade. O da saudade...

sexta-feira, 4 de março de 2011

ACALANTO



Acalanto

Se eu pudesse te aliviaria o peso dos ombros
Se eu pudesse afagaria seus músculos até aliviar qualquer dor e depositaria todos os meus beijos
Se eu pudesse te embalaria depois de lavar seus pés, o ninaria como uma criança sedenta de colo até você dormir um sono dos justos, mas só posso desejar, mas só posso desejar, pois você não é meu, não é meu...

MEU CARNAVAL!




Meu carnaval!!!!!!!!

Célia Pires

Digo pra ele: "Sabe aquele som bem forte da bateria de uma escola de samba que parece abalar até nosso coração? Assim você chegou...abalando minhas estruturas!
Sabe os mais lindos adereços que nos encantam na passarela, que parecem feitos de sonhos e pintados com os pincéis da alegria de tão belos ?
Sabe o enredo perfeito?
Samba do bom na veia?
Diante de minha empolgação ele calmamente diz: querida...detesto carnaval!SIMPLESMENTE DETESTO!!!!!
Mas não recuo, assumo a comissão de frente, abro alas e digo:
Meu carnaval é você!
Sim, tudo isso é você,uma escola de maravilhas...