Foto de João Ferraz
Porteira da alma
Célia Pires
Caminho. Busco a quem? A mim mesmo. Encontro alguns pontos nessa louca cidade onde não há terra, só asfalto e com isso não há como a chuva penetrar. Essa chuva é a emoção. De emoção! Percebo que é perigoso e ao mesmo tempo prazeroso o ofício de viver, mas sigo essa verdade simples. Na minhas andanças percebi que a grande busca e o grande encontro acontecem aqui mesmo: dentro de nós e não o contrário. O nosso destino,sim é nos descobrirmos...nos capturarmos. Nos livrarmos da sombra densa, nos colocarmos em contato com a luz da nossa crua verdade. Com nossas dores. Com nossos amores. E quando descobrimos essa verdade simples,ela nos invade o coração, desce as escadas de nossa alma. Não adianta fugir...a verdade nos alcança e expõe as fraturas emocionais. Quando finalmente conseguimos abrir a porteira de nossa alma, uma luz vibrante quase nos ‘fere’ tamanha a tempestade que se forma, que se avoluma dentro de nós. E tudo vai acontecendo e ninguém vê. Só a gente sabe. Só a gente sente. E desvendada a nossa alma, não nos sentimos mais sós. E esse encontro da gente com a gente mesmo é um encontro com o divino. E embora haja lágrimas, também vai haver risos, certezas, incertezas. A porteira da alma,enfim está aberta e ela é e a entrada para o caminho de nossos corações...
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