segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Bruxélia






As pessoas não sabem a deliciosa sensação de poder voar.
Livre. Leve. Solta.
O único problema em usar a vassoura são nos dias de chuva. Desmancha a chapinha.Acaba com o chapéu!
... Muitos desconhecem a alegria de se ter um 'caldeirão' e nele poder adicionar várias poções, mas poções que eternizem momentos como aqueles quando estou entrevistando uma pessoa e ela se lembra de um tempo feliz e eu posso eterniza-lo nas páginas de um jornal.
Sei que sou 'bruxa'. Esdruxula.Procuro encanto e magia na vida. E acho.
Nos meus experimentos: cravo, canela, mel.Quitutes mil. A maldição são os quilos a mais...Mas as pessoas insistem em que eu lhes faça 'mal'!!!!!!!!

Cozinhar tem que ser com amor




Preparar um prato tem que ser com amor.
Encontrei uma abóbora madura na cozinha.
Recado explicito de meu pai: quibebe!
Quibebe, mas tem que descascar kkkk!
Olho no armário e ele diz que faz um tempão que comprou carne seca.
Resolvo preparar abóbora com carne seca.
Vendem descascada, mas meu pai insiste em comprar com casca. É ai que entra o amor.
Descasco a abóbora. Pico a cebola, descasco o alho.
Vejo se tem pimenta calabresa, do reino e até de dedo de moça, pois a vida sem pimenta não tem graça.
Pico salsinha, cebolinha.
Dessalgo a carne. Pico em generosos pedaços!
Depois disso fica fácil. Douro a cebola e o alho, coloco a carne para refogar, acrescento os temperos. Deixo o sal por último, só para acertá-lo.
Quando a carne já está quase no ponto coloco a abóbora. Ai é poesia pura: o borbulhar da carne misturada à abóbora exalando um delicioso aroma.
A abóbora aos pouquinhos se entregando, se derretendo, mas não toda.
Salpico o cheiro verde para encher os olhos de cor.
Mais um pouquinho até desgrudar da panela.
À mesa, os elogios...
Vale à pena cozinhar com amor e por amor

Paula, a aula!





Que bela menina é essa!
Que faz o compasso fazer um traço, o da dança.
E ela flutua. Brinca nas nuvens. Construindo lindos cenários.
De momentos lúdicos dignos de nota, pois baila graciosamente como o bater de asas de uma delicada borboleta sob as pétalas de uma flor!
Que bela mulher é essa!
Que seduz com o calor que emana não do corpo, mas da alma, da inteligência. Uma aula de simpatia!
Da rica bagagem podem ser encontradas preciosas jóias: a mãe dedicada, a amiga, a profissional, a batalhadora, as esperanças, os sonhos e sobretudo, o Amor!

Africanidade



Ela me arma de coragem
Me ensina a não me deixar ser tapete
A me pintar com as cores da alegria
... A valorizar a magia desta Terra
A desprezar a guerra
A ousar
A ser
O que eu quiser ser
Escolhi ser a lança certeira
A me armar com sorrisos
E de todos os temperos por ela oferecidos,
A usar sempre generosas pitadas de amor...
A Africanidade

domingo, 1 de janeiro de 2012

Novamente um feliz ano novo





Célia Pires
Foto-João Ferraz

A lenha continua enfeixada sem fogo que a queime.
As lindas palavras das frases amorosamente ensaiadas ainda pesam na garganta.
O vinho especial desceu com sabor de pura rolha.
Nenhum fogo de artifício explodiu no seu céu
Mas não iria permitir que fizesse da seda um farrapo
Dos gritos de alegria, gemidos de agoniada dor.
Olha, diz para si mesmo: parece que começou a chover.
Sai para a chuva como quem sai para lavar a alma, suja de sal, pois que regada com lágrimas salgadas da desesperança.
Deixa-se molhar. Deixa-se encharcar. E com o corpo e a alma molhados deixa-se regar, inundar seu jardim tão seco.
E deixa minar todas as angústias, sofrimentos, avivar as cores embotadas da alegria até sentir um transbordamento de si mesmo, dos queixumes.
Ao longe ouve fogos pipocarem. Meia-noite. Ano Novo.
De alma lavada, desata os nós da lenha. Sim, podia queimar, mas de alegria...
Grita alto as palavras ensaiadas. Que as ouça quem quiser!
Pega a garrafa e beberica.Agora, um gole é o bastante para sentir seu sabor.
Ouve mais fogos. Desta vez dentro de si.
E liberta da gaiola uma dor vivida em vão.Sente renascer em cores o corajoso e destemido pássaro, agora livre, pronto para alçar vôos rasantes ou não!
E decide viver. Decide viver...
Sim, seria novamente um feliz ano novo!