domingo, 31 de outubro de 2010

Fragmento de Fé

Imagem de João Ferraz

Fragmento de fé

Célia Pires
Pisoteado os sentimentos.
Busca lenitivo e encontra refúgio no silêncio imposto pela suspensão momentânea do ‘exercício’ religioso.
Mas o clima ruim que vinha se formando dentro de si anuncia um vendaval.De dores...
Com os olhos febris tenta orar buscando a misericórdia , mas se sente fraco, depauperado.
Mas ao olhar para a santa cruz parece ouvir:basta!Sim,basta!
E sente que é imperativo obedecer.
Assim, fortalecido por essa piedosa voz, levanta-se, junta o que lhe resta: um fragmento de fé.Segue em frente, segue em frente, pois agora sabe onde encontrar a si mesmo...

Rolleiflex


Imagem de João Ferraz



"Rolleiflex"



Célia Pires


De repente, o momento se faz propicio
Calibro

Disparo
Capturo os mágicos feixes de luz
A lente
Não mente!
Revelação:seu retratinho pendurado eternamente numa das paredes de minha mente!!!!!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bottles


Obra do pintor Marcelo Accarini

www.accarinifinearts.blogspot.com

"Bottles"

Célia Pires
Percorreu longos caminhos a procura do frasco perfeito
Para aprisionar a essência que considerava divina
Testou barro.
Alumínio
Ferro
Plástico
Nada serviu
Até que um dia sua jornada chegou ao fim
Conseguiu encerrar no vidro o liquido que inebriava
Mas descobriu que o aroma do perfume assim como o amor não pode ser aprisionado,pois se expande pelo ar. Ele é livre, e sua essência só perdura nos frascos do coração...do coração!




****Bottles:frascos,garrafas,recipientes

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Guerra fria




"Guerra fria






Cèlia Pires



Tocada
Ensimesmada
Levanta o quanto pode as barreiras de si mesma
Mas, algo mais forte lhe rompe o escudo
Sente tontura com o forte impacto
Mas estranhamente ,àquilo que sempre repudiou em outrem:
cobiçar terras alheias, embora não lhe pareça certo, pois violenta seus pudores, lhe faz bem!
Ah, mas porque a vida lhe dava esse delicioso golpe?
Sacudida por esse 'ataque' se sente perdida.Sem guia.Cega pela prima vez
Mas entretanto, entre tantos, é para ele que o coração traiçoeiro vem baixando a guarda,
e sem ao menos ouvir a sua voz, sem ao menos conhecer o verdadeiro brilho de seu olhar
vem se rendendo inconsequente
No labirinto de si mesma não se sente com vontade de achar o caminho de volta à realidade,pois é
no campo dos sonhos que o encontra seu,às vezes principe, às vezes sapo, mas seu...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Libertação



Obra do pintor Marcelo Accarini
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Libertação
Célia Pires
Adentro a igreja e no seu vazio silêncio
busco a paz para a guerra que se trava dentro de mim.
Ouço o ensurdecedor barulho
de lanças se quebrando.O duelo, a batalha em mim...
Ferida, fico em oração pedindo um milagre, pois inquieto pulsa um bicho enjaulado dentro de mim à sua espera para o libertar...

Cachoeira



Obra do pintor Marcelo Accarini




Cachoeira

Célia Pires

A natureza solta os cabelos em longas cascatas
sedutoras,
de fluidica maciez que penetram na 'pele' da
montanha como um dolorido afago.
Libertadora,me suga a tristeza que escorre em
uma enxurrada de lágrimas que me lavam alma.
A rota é certa: a caminho do mar que salga todas dores.
Em queda livre, descubro que quero me banhar e beber de sua fonte...pra sempre,pois és cachoeira!!!Cachoeira!

Pasmo


pasmo

Significado de Pasmo
s.m. Espanto; assombro.
Adj. Pasmado, assombrado, espantado.

Como mastigar do fruto que somente
existe em minha imaginação?
Tenho fome, mesmo diante de seu assombro, tenho fome.
Tenho fome de beijos
Tenho fome de abraços
Tenho fome ...de sua alma...
Pasmada.Espantada. Assombrada, estou eu...pois, 'canibal', quero te devorar...



domingo, 24 de outubro de 2010

O olhar


Obra do pintor Marcelo Accarini
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O olhar

Célia Pires

Ao se deparar com aquele brilho raro sentiu- se preso
num cativeiro do qual não tinha forças
para se libertar.Ferro em imã!
Nada diziam. O olhar tudo traduzia: se queriam!
Tocado, do mais profundo do seu ser vinha lhe uma alegria.
O seu olhar no dela se refletia em deliciosas promessas.
De repente, sentiu-se como que chegando na Terra Prometida :o olhar dela exigia, pedia, cobrava, suplicava, além, muito além daquele olhar no olhar...

sábado, 23 de outubro de 2010

Luzes de um só

Imagem do fotógrafo João Ferraz


Luzes de um só


Célia Pires
Quando permitiu que se descortinasse o véu de sua alma
o que surgiu foi uma luz intensa trazendo a descoberta do
que era jóia pura.
E essa nudez da alma trouxe ao seu coração um deslumbramento misturado a certo encantamento.Ela sabia o que sentia:ele!
A vontade de não lhe afagar somente o corpo, mas também sua alma a assustou. O sentimento era violento,mas não violentador!
De repente sentiu-se rica.Ele era o tesouro prometido no final do arco-iris.
Do que pode ser nada sabe, mas não tem medo de se ferir durante o mergulho profundo.
De repente se sente levitar em puro amor.
Sonho? Realidade?
Que importa?
Deixa-se envolver por essa arrebatadora força.Transborda de felicidade.
Surpresa, sente intensamente essa poderosa força que a banha e a deixa aquecida. Descobre que a força é feita de luzes, luzes de um só...coração, num só coração!


adensando



grande olhos lacrimenjates enxurradade lágrimas

gali tem rota e é nao é cega

penetrando na pele da montanha


a desbatar a

queda livre naoé amor de marinheiro

o amor não é um espet´culo

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

La Femme



La Femme

Quando o rei chegou a encontrou desarmada. Mas não indefesa.Com a alma e o corpos nus.
Diante daquela majestade que a encantava,lutou com unhas e dentes por um pouco de carinho.Por uma migalha de amor!
Ao envolvê-lo, fez com que caisse na sua rede...de sedução.
Como uma fêmea machucada, ferida, queria vingar-se por ele ter lhe roubado o coração. E nos lençóis fez seu campo de batalha. Atacou com toda a força de seus carinhos até vencê-lo, subjugá-lo, torná-lo 'escravo'. Comemorou a vitória partindo para um novo ataque...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

La Femme


Obra do pintor Marcelo Accarini
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"La Femme"

Célia Pires
Ela se comove até as lágrimas.
Ao pensar em quem poderia ser ele...
Temerosa descobre que deseja mais do que de frases dispersas.
Deseja um livro.Inteiro.Daqueles bem volumosos.Com muitas histórias pra contar.
Mas o que tinha?
Beijos, sem a sua boca.
Não conhecia sua voz, mas compreendia as suas palavras.
E ali despida de si mesma.
Sente as lágrimas que caem durante a gangorra do olhar.
Mas sabe que não é tristeza não. Não mesmo.
É o transbordamento da alegria que se derrama em morno e suave contentamento pelo milagre de saber que em algum lugar ele existe, que ele existe....

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fragmentos Urbanos


Foto de João Ferraz

"Fragmentos Urbanos"


Célia Pires


No meditativo silêncio da noite

me encontro partido, desfeito.
A poeira do chão, os cacos estilhaçados da minh' alma me mostram que
não importa o tamanho da jornada: tenho que seguir.
Desperto por um instante do forçado alheamento
imposto por um mundo caduco.
Me vejo fora do universo. Sou neste momento
apenas um recorte extraido dessa louca cidade.
Um estilhaço pontiagudo que pode perturbar
e ferir a alma da noite com
sua inquietação profunda.
Tento atravessar a ponte de mim mesmo,
mas tropeço em sonhos enjeitados.Choro. Não quero ser fragmento.
Quero ser inteiro!
Dessa vontade emerge a esperança.
Não quero colar fragmentos,pois há tragidade em cacos estilhaçados.
Mas também pode haver beleza num verso, fragmento da poesia, na flor de um jardim, no canto de um pássaro, numa única estrela, na rua de uma cidade, num olhar, num único beijo...
Alimentado por essa paz decido recolher os fragmentos, reconstruir a minha identidade. E ao recolhê-los, me refaço,pois compreendo que cada parte é ao mesmo tempo o todo, sim ao mesmo tempo o todo...

Calma


Foto de João Ferraz

"Calma"




Ai minha Nossa Senhora do Chuveiro Elétrico, dai-me resistência"!!!!

Célia Pires


`As vezes fico tentando entender o ser humano,mas me vasculho e não encontro muitas respostas e penso: ou não sou humana ou o ser humano é realmente uma equação muito difícil de ser resolvida.
Eu, agradeço pela Humanidade ter essa inquietação, essa busca pelo desconhecido, não somente material, mas principalmente pelo espiritual.Com ela evoluimos, mesmo aos trancos.
Por esses dias alguém me disse que somos um conjunto de coisas que fomos em outras vidas ou que trazemos na bagagem muitas coisas das vidas passadas, o que explicaria vários dons que podem ser chamados de divinos.
A inquietação do homem fez com que esfregasse um galho no outro e que dessa fricção surgisse o fogo. Dai a atear fogo à floresta já é outra história. O mesmo podemos dizer da invenção da roda,da pólvora, do avião...e por ai vai!
O que quero dizer é que sempre surgirá uma luz na escuridão e, infelizmente, alguma mãozinha mal intencionada apagando essa luz. Já ouviu a frase daquela música que diz: a humanidade é desumana?Pois é!
O que fazer e como lidar com essa inquietação é que faz toda a diferença.
Não podemos generalizar e dizer que o mundo não tem dono. Tem sim. Somos regidos por um relógio interno chamado livre arbitrio e mesmo que não existisse nenhuma lei ou regra sentiriamos e sentimos o peso da atrocidade se a mesma é ou fosse cometida á nossa volta.
Um amigo me disse que o homem não será livre enquanto estiver sendo controlado ou dominado por qualquer força. Mas podemos perceber que o homem torna-se escravo de si mesmo antes de se tornar escravo de outrem ou de alguma coisa.A história nos mostra isso.A nossa vida diária nos prova isso!Quanto às pessoas que vivem em seu mundinho à parte não conseguirem as coisas que objetivam e que por isso fazem a casa tremer com seu terrorismo caseiro é outra história. Acreditem, ninguém merece esse tipo de gente que não tem nada a ver com inquietação e sim com falta de educação, desprovidas de metas e que acreditam numa chuva de soluções, enquanto se anuncia a maior seca do século.É preciso muita calma nessa hora!Ai é que pedimos resistência e municiados com as armas da paciência tentarmos preservar o bom senso, a coerência, embora, muitas vezes os alimentamos com nosso descontentamento desferindo 'golpes' de raiva. E novamente é preciso calma!Calma daquelas que muitos guardam na lembrança que é a de esperar o trem atrasado na estação da memória!
Se você acredita, é preciso buscar a força de uma energia maior, seja a da Natureza, seja a do Grande Pai. São forças mágicas. Do Bem.Existem para que a humandidade não se transforme num caos completo. Elas, essas forças, nos salvam, nos enchem o coração de Amor.E o Amor tudo salva..

Reflexão









Reflexão

Célia Pires


Ás vezes somos deveras criativos para mascarar aquilo que nos vai no coração e o grande desafio é nos deixar cortar por essa grande navalha que é a vida.Sem medo de sangrar as desesperanças, as dores, as desilusões do que poderia ter sido e não foi.
Assim,para sobrevivermos perante ao tribunal imposto por nós mesmos, arrumamos alibis que justifiquem nossas metas não cumpridas, nossos desejos não satisfeitos. Nos transformamos em 'delinquentes' do bem, pois que nunca somos culpados. Temos a coragem de dizer que nos falta coragem!Quando na verdade nos falta vergonha de parar de viver um faz de conta: faz de conta que ganho bem, faz de conta que sou amado, faz de conta que sou feliz, faz de conta que ajudo o próximo, faz de conta que sou uma pessoa legal e por ai vai..
Sim, somos os protagonistas de nossa própria história e cabe a cada um de nós decidir que quando a vida nos oferece uma corda chamada felicidade cabe somente a gente,estrangulá-la ou fazer um belo laço...sim cabe a cada um de nós...

Reflexão



Obra do pintor Marcelo Accarini

Célia Pires
Quando dizemos que temos que nos conscientizar
de que ninguém tem culpa das nossas covardias, dos nossos egocentrismos, das nossas carências e entre outras fraquezas humanas é uma meia verdade, pois assim como existem pessoas que nos provocam modificações profundas e beneficas existem também aquelas que provocam o contrário. Ao invés de nos tornamos inteiros estamos cada vez mais mais nos transformando em fragmentosm urbanos, desprovidos das delícias de caminhar descalços, de parar para ouvir os pássaros cantarem.
Quando nós desferimos palavras asperas a outrem, muitas vezes, depois de algum tempo, essas palavras são apenas isso: palavras.
Mas não paramos para pensar no veneno que essas palavras continham.Seguimos em frente sem nos preocuparmos com a dor, com os traumas provocados por aquelas que para nós eram simples palavras ditas no calor do momento.
Muitas vezes agimos como toupeira, sem querer ofender o bichinho!
Sim,meus queridos, a vida é uma vitrine de aprendizados, mas muitos engessados pelas dores não têm força para olhar. Não têm força para olhar!
São muitos os aflitos, os magoados que engrossam cada vez mais as filas da indigência de sentimentos.Cansados de mendigar afeto se revoltam e engessados pela dor, ao invés, de perdoarem também lançam sobre os outros seu veneno, olha só, muitas vezes provocados por aquelas palavras ditas por nós. Lembram-se?
Embora não tenhamos a intenção de desagradar ninguém,pois lógico, queremos ser amados, admirados por nossa conduta,muitas vezes pisamos feio na bola, mas acreditamos que ninguém vai perceber que nossa vitrine não é assim tão arrumadinha como parecia.Queremos desesperadamente ser feliz. Isso não é errado.A forma como fazemos para chegar a essa felicidade é que muitas vezes não é correta: infantilidade, falta de bom senso, soberba, inércia, ganancia, avareza e por ai vai todo um rosário...de fragmentos que somados transformam tudo em dor.
Se para tudo na vida há uma solução, quem sabe o desarmamento seria uma delas. Poderíamos começar desarmando as nossas metralhadoras cheias de magoas....cheias de magoas....

O velho mestre Mark Chagall


Obra do pintor Marcelo Accarini

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O velho mestre Mark Chagall

Célia Pires
Rússia: o nascimento. A descoberta do arco-iris.
Mas depois veio mais luz:
Paris e com ela a alegria.Festa de cores!
Retorno à terra mãe: guerra. Trincheiras.
Acabou-se o czar.
Belas artes. Artes belas.
Confronto.
Entristece as cores.Volta á cidade luz: paisagens.
Perseguições. Retrato das tensões. Depressões.
Mergulho na dor.Perder um amor...
Busca refúgio.Sonhos que acalentam,mas não curam!
1985: o prometido resolve deixar a Vila Cinzenta.
A alegria perde o brilho. Não mais fruta de pão e ananás, não mais Paris à janela.
Quando o palhaço voador acena um adeus, cai a chuva de cores que ele espalhou pela vida e aquele arco íris precocemente descoberto fica eternizado pra sempre num velho mestre chamado Chagall.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Um pé de quê?

Obra do pintor Marcelo Accarini
wwwaccarinifinearts.blogspot.com



Um Pé de quê???
Célia Pires

Pede para saber: um pé de que??. Dúvidas me assaltam: Seria
Um pé de valsa?
Um pé de vento?
Pé de feijão?
Pé de pato? De galinha? De moleque. De serra?
São tantos pés, mas ansioso, pede para desvendar somente aquele.
Da remota infância vem o desejo de que seja pé de manga, que verde ou madura serve aos propositos gulosos da meninice.Foram tantas tentativas infrutiveras de adivinhação para que, no final, se desvendasse a resposta simples e direta para a pergunta: um pé de que? Pé de Amor!Pede Amor!!!

Amor Guardado

Foto de João Ferraz



Amor Guardado

Célia Pires

Olha-se no espelho. Alguns fios denunciam a passagem do tempo que corre célere e sem pausa para os desavisados como ela.
Vasculha-se. Sonda os comodos de si mesma e desassossegada percebe a 'casa' fechada e deserta banhada por uma sombra de dor.
Cansada, muito cansada, decide que está na hora de reconstruir sonhos desfeitos,arejar,deixar a claridade da esperança entrar pelas frestas, pelas janelas,pelas portas.Sim estava na hora.
Precisava descobrir a dança dos corpos,o bailar de línguas, a força de um abraço, a maciez de um colo.
Decidida foi ao seu encontro.Esperava não ser tarde demais.
Ao vê-lo deixou, ao contrário das outras vezes, que percebesse seu olhar carregado de intenções.Todas.
E quando conseguiu reter o seu olhar no dele não permitiu que o silêncio traduzisse o que lhe ia por dentro. Reuniu toda as forças dos anos que o desejou nesse consumido silêncio e essa força rompeu a voz estrangulada,presa na garganta , enchendo seus pulmões com toda a esperança que trazia no coração, e, livre do medo de si mesma revelou-lhe todo aquele amor guardado, aquele amor guardado...


Dedicado ao MA(Meu Amado)

Sorrow

Obra do pintor Marcelo Accarini

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"Sorrow"

Não sei porque razão, estranhamente, me invade a solidão.
Fecho os olhos e na penumbra de meu "eu" nem sei ao certo o que sinto.
Será um mal ou um bem?
Deixo me ficar nessa penumbra só sentindo o "blue" que me invade e me roça, me toca como o mais puro veludo e ao som desse lamentoso compasso deixo o sentimento me invadir os sentidos.
Para fazer sentido.
Vou ouvindo o canto dentro de mim e algo toca profundamente a minha alma quase moribunda que aos poucos vai encontrando alento e descobrindo um pouco do "Soul" que chega como se fosse uma réstia de luar.
Os olhos fechados me fazem sentir a pressão de lágrimas.
Transbordantes quase sem alento.
Mas inesperadamente,é jogado para o naufrago dentro de mim um bote.
Entrevejo a esperança e uma nova rota que me traga sons repletos de alegria, sem queixumes a me rasgar a alma e que tenha nos versos palavras como felicidade, para que eu nunca mais possa ter esses olhos molhados por um monstro chamado "Sorrow

O careca

Obra do pintor Marcelo Accarini
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"O Careca"

Célia Pires

Liberto dos fios fugidios,
deixou de combater
uma guerra com a natureza
que descobriu ser inútil!!!
Sapiente, sente que a verdadeira
beleza está muito além das
madeixas que emolduram a face.
Aceita essa nua realidade,
se sente poderoso,
especialmente quando a crua luz
refletida no ‘lustre’ de seu
ser parece mágica,
pois o faz reluzentemente brilhar. Brilhar....

Duas vezes Rafaela

"Duas vezes Rafaela"

Que mundo será que Rafaela observa, enquanto o mundo cá fora acontece a sua volta?
Que boa 'solidão' essa de desvendar mistérios. Deixar seu olhar vagar através do pequeno angulo que lhe mostrará a verdade. Ah, mas como também é bonito seu sorriso visto assim do natural, sem artificios.
Quem será Rafaela?
Uma menina?Uma mulher?Talvez um pouco de ambas. Duas vezes Rafaela!
Mas na expressão aparentemente tão simples não é preciso espiar por nenhum instrumento para perceber que ela é feita de luz. Própria!!!!!



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Obra do pintor Marcelo Accarini

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

La Boca

Obra do pintor Marcelo Accarini


La Boca

Célia Pires



La Boca se abre,mas não para mostrar os dentes, abocanhar, mastigar e engolir, mas para sorrir!
A Boca é Juniors,mas também River Plate.É um pedaço de Buenos Aires!
Vaidosa se oferece por inteiro. Aprecio a inebriante vista multicor.
Sigo 'caminando sin rumbo' e me deparo com um lugar que sacode de emoção todo o meu ser e faz com que eu deseje desesperadamente jogar a ancora e fazer daquele porto o meu ponto, não de partida,mas de chegada.

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Igreja em Itu




Obra do pintor Marcelo Accarini
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Igreja em Itu
Célia Pires

Tão grande a fé.
Foi acender vela na Candelária: valha-me Nossa Senhora!!
Ao entrar quase se perdeu na arte que lhe lembrou o infinito.
Na cidade onde tudo era exageradamente grande, sentiu sua pequenez diante da grandeza daquela beleza barroca.
Embora fosse tão grande a fé, era um ser humano, e para não pecar ainda mais transformou a cobiçosa contemplação em oração, em oração...

Caminho do bom viver


Obra do pintor Marcelo Accarini
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Caminho do bom viver

Célia Pires
No instante em que o céu próximo ao horizonte
tinge-se de um azul diferente, meu coração em rebuliço parece se acender de alegria.
Pois o crepúsculo me avisa
que está na hora de retornar ao caminho do bom viver.
E protegido pela escuridão que se aproxima,
sigo transbordando de felicidade, pois sei que entre a nesga dessa paisagem vou chegar ao meu abrigo e ser acolhido pela mansidão de seu olhar...

Sacré et profane

Obras do pintor Marcelo Accarini
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Sacré et profane

Célia Pires
Pra que sondar meus sentimentos?
Se me denuncio num olhar ?
Na palavra dada?
Na minha inquietude?
A verdade inexoravel é essa: te quero!
Sacro ou profano.Te quero com qualquer tinta. Em qualquer moldura. Quero arder no teu fogo e te comungar por inteiro, por inteiro...

domingo, 17 de outubro de 2010

Curva


Obra do pintor Marcelo Accarini
Curva
Célia Pires
Depois da amarga revelação, esmagado pela fulminante verdade,
correu desvairadamente até chegar na curva da estrada.
Mas ela, na fuga,não havia deixado rastros.
Tomado pela furia havia jurado vingança. A traiçoeira haveria de pagar o mal que lhe fez.
E ali na curva da estrada, por um momento sentiu o chão, a terra ainda não machucada pelo asfalto,a sombra de uma bela árvore, o horizonte. E tal como veio o ódio foi-se.Também amava aquele chão.
Abençoou o sopro do vento que lhe chegou como um beijo de esperança.
Desistiu de buscar por ela.
De novo descobriu que amava aquele chão.Com a descoberta,abriu mão dos espinhos, soltou as amarras da dor.Libertou-se emudecendo a voz de prisão imposta por si mesmo, imposta por si mesmo...

Depois do amor

Obra do pintor Marcelo Accarini

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"Depois do amor"
Célia Pires
Depois da da jornada
ainda sinto a eletricidade de suas mãos
bulindo.
Os movimentos.
Ardentes.
Românticos.
Impetuosos.
A fartura de beijos que nos deixou tontos.
Que me deixaram marcas de tinta fresca. Alegria!Alegria!
Alheia ao que acontece ao mundo lá fora me pego a olhar
demoradamente para gravar traços. Seus.
Não reparo nos olhos, mas no olhar e
o que neles leio me faz desmanchar de e em pura ternura,
despertando em mim uma louca vontade de recitar, de declamar toda a poesia que fica depois do amor...depois do amor...

Agonizando

Foto de João Ferraz

"Agonizando"


Célia Pires



Ás vezes somos deveras criativos para mascarar aquilo que nos vai no coração. O grande desafio é nos deixar cortar por essa grande navalha que é a vida.Sem medo de sangrar as desesperanças, as dores, as desilusões do que poderia ter sido e não foi. Agonizando e agonizantes vamos seguindo em frente.
Assim,para sobrevivermos perante ao tribunal imposto por nós mesmos, arrumamos alibis que justifiquem nossas metas não cumpridas, nossos desejos não satisfeitos. Nos transformamos em 'delinquentes' do bem, pois que nunca somos culpados. Temos a coragem de dizer que nos falta coragem!Quando na verdade nos falta vergonha de parar de viver um faz de conta: faz de conta que ganho, faz de conta que sou amado, faz de conta que sou feliz, faz de conta que ajudo o próximo, faz de conta que sou uma pessoa legal e por ai vai..
Sim, somos os protagonistas de nossa própria história e cabe a cada um de nós decidir que quando a vida nos oferece uma corda chamada felicidade cabe somente a gente,estrangulá-la ou fazer um belo laço...

sábado, 16 de outubro de 2010

Jacobs Portrait


Obra do pintor Marcelo Accarini
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“Jacob’s Portrait”


Célia Pires

No trânsito caótico que é essa vida, nem sempre andamos por estradas pavimentadas com pedrinhas de brilhante. como diz a linda música.
Circulamos por becos tenebrosos, ruas que por alguns momentos pensamos que não vamos achar a saída.
Temerosos, tratamos de pedalar cada vez mais rápido, nos esquecendo muitas vezes de apreciar belas paisagens, de sentir o vento provocando nosso rosto; maltratamos os pedais que nos ajudam na jornada; rasgamos o selim que nos sustenta e entortamos os raios, desprezamos o guidom.
E muitas vezes, ao passarmos pelo amor não o reconhecemos e nos recusamos a dar-lhe carona pelo simples fato de não querermos compartilhar a garupa. Quando percebemos que perdemos algumas peças importantes, descobrimos que o problema não poderá ser resolvido pelo Jacob, o judeu que vende peças para bicicletas aqui da esquina...pois as peças avariadas não são na Caloi, da Trek, Fuji, Giant ou outra bicicleta qualquer .São peças difíceis de serem repostas, pois que se quebraram no quadro da bicicleta que compõem a alma...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Reflexão



Reflexão

Acredito que não devemos dividir o mundo de forma maniqueísta, ou seja; bem e mal.
Ou preto no branco, pois existem muitos tons entre essas duas cores.
Não são somente os abastados que podem sofrer de depressão como dizem alguns.Temos a péssima mania de dizer os homens são culpados daqui, os homens são culpados dali, nos esquecendo que fazemos parte da Humanidade. Que também podemos ter a nossa parcela de culpa. Omissos, vamos incriminando um aqui outro ali. Somos realmente vítimas?
Acredito que cada um é responsável pela sua busca,seja esta material ou espiritual.
Se você busca riqueza, mulheres e dinheiro e vai seguindo sem prejudicar ninguém, qual o problema? Dinheiro também não serve para fazer caridade?Não é somente para ostentação!
Agora se busca um lugar à sombra, ter seu emprego, sua casa ou simplesmente viver no meio do mato, qual o problema? Cada um na sua. Sim, cada um na sua!
Encouraçados pelo preconceito que existe em nós, sim em nós, nos deixamos levar pelo que acreditamos ser o correto. Muitas vezes, nos esquecendo que se aquela pessoa tem grana hoje é porque ralou muito. Lutou e não é porque chegou ao topo que se tornou um ser desprezivel!Certo que muitas têm esse perfil, mas graças a Deus existem exceções.
Muitas vezes quando discursamos contra isso ou contra aquilo, queremos de certa forma parecer perfeitos, humildes,simples, bonzinhos aos olhos dos outros, mas como todo mundo, temos nossos sonhos secretos, nossos desejos inconfessáveis. Deixemos de ser hipócritas!É difícil, eu tento, mas é difícil.
Viver é ao mesmo tempo simples e complicado. Praticamos por demais a teoria do egoísmo: Eu quero! Eu posso! Eu Sou!!!
Certo é que devemos amar mais os nossos semelhantes. Nosso próximo mais próximo, como os nossos pais, irmãos, amigos. De que adianta amar um ser virtual se cá do meu lado alguém sofre com meu desprezo e indiferença ?Vamos acordar e ver essa verdade: precisamos desesperadamente de amor e talvez, nos sentindo amados, acarinhados, aconchegados no colo morno e macio dessa vida tenhamos atitudes de sair da teoria e partimos para a prática de conjugar esse verbo tão bonito, mas em desuso: amar.
Ouvi uma frase que me levou a refletir: uma língua afiada pode cortar a própria garganta. Por um breve instante emudeci... mas só por um breve instante!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Saudade






Saudade
Célia Pires

Dizem que saudade não tem plural,


Mas a saudade é minha


e eu a sinto como quiser...



Araraquara




Obra do pintor Marcelo Accarini







"ARARAQUARA"

Célia Pires
Enquanto o Sol ara as ‘terras’ dos meus sentimentos;
quara as ‘roupas’ deixadas no molho da memória.
E ele,o Sol,vai tecendo uma espécie de raiz que se aprofunda
mansamente no chão de minha morada a tornando vital.
Visceral.
Tão essencial que não sei mais viver sem esse fogo.
Sem seu abraço,sem seu hálito quente que me consome e
me convida a invadir suas esquinas, a explorar sua paisagem.
Sinto que essa paixão há muito virou amor, e quando me perguntam o nome de quem tomou o meu coração, sussurro seu nome: ARARAQUARA!!!










Tango

(A professora de dança Elza Pimentel e Angelo)

Tango


Célia Pires

Sedutor.
Fascinante.
Envolvente.
Não se dança somente
com o corpo, mas com a alma.
A gente coloca naquela figura, naquela poesia do tango
tudo o que ele consegue transmitir num momento
de carinho, de união. Paixão!
É um romance! Cada tango é uma história de amor...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Rapina

Foto de João Ferraz

Rapina

Célia Pires

Me arrebata.Me toma com violência o coração.
E nessa pilhagem torno- me cumplice .
Não luto contra meu algoz.
Viro presa facil para seus carinhos.
Aprecio seu vôo sobre mim, o bico sedento, as asas macias.
Que me importa se te chamam
de rapina se me oferece em seu
ninho a sua paz? A sua paz...

O Presente

Obra do pintor Marcelo Accarini



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O Presente


Como um afago das mãos ele teceu a paisagem.

E como um brinde o sol a tudo alumiou

O vento morno oscilou, mas levemente para não atrapalhar

o momento em que os olhos transmitiam às mãos daquilo que estava cheio o coração: de cores.Mágicas cores...

Solidão


Foto de João Ferraz


"Solidão"

Célia Pires
Ansioso pela purificação confesso que
optei pela solidão.
Nesse holocausto voluntário,
a realidade crua bate a cada dia em minha porta, em minha janela e
não adianta me esconder, pois dou de cara com ela em cada esquina.Pavorosa.
Ali expio erros; recebo olhares de desdem, passo por humilhação e recebo desprezo dos muitos que por ali passam: desprazer em conhecer-me!
Nessa solidão prenha de dores me sinto acompanhado, como se carregasse os pecados de toda humanidade.
Sou e carrego muitos em mim e ao mesmo tempo sou só.Sozinho.
Em mim a resignação é dolorosa.Não a aceito facilmente. Dúvidas me perseguem, martelam seca e continuamente o meu ser depauperado. Fragilizado pela derradeira perda do amor. E essa dor sem poesia se torna crônica em mim. Virei um verso desprovido de uma boa rima.
Na solidão sinto me encouraçado,pois nada pode me atingir se não eu mesmo e
nessa esquina da vida onde marco encontro com a realidade descubro que nem tudo está perdido ao vislumbrar no mais profundo do meu ser uma luzinha que me aquece e que faz com que eu não me aparte definitivamente do mundo, que me apegue a algo essencial que parece me dizer que o passado passou.Percebo essa luz em alguns olhares de coragem, em sorrisos fortuitos e essa descoberta agita meu ser ao descobrir que o nome dessa luz é Esperança. Esperança!!!!

sábado, 9 de outubro de 2010

Modus Operandi

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tudodebom.com.br


Tudo de bom.com.br

Célia Pires

O que posso te dizer? Você de alguma forma me traz alegria.
É isso. Não são todos que entendem a beleza da poesia,
do sutil, das entrelinhas, que sabem
traduzir a difícil 'língua' que fala a alma.
Você é alguém raro.
Se quer saber de algo mais, só vou te dizer que
com você tenho tudo que preciso.
Você só aparenta fragilidade, mas é forte em muitos aspectos.
Sabe ouvir, me ouvir e não desdenha de mim.
Sou alguém com qual você se importa.
Onde encontramos isso?
Preciso dizer algo mais?Você me inspira.
E passeio em ti através da crônica poesia!

Estou feliz por tê-lo encontrado.
Você é Tudo de bom.com.br
Je t'adore!!!

Alô Câmbio!


Obra do pintor Marcelo Accarini
htt//accarinifinearts.blogspot.com/

Alô Câmbio!

Célia Pires

Alô Câmbio!
Alô Planeta Terra.
Estou a anos luz distante!
Iludida por um mercador que
falseava sentimentos.Fugi.
Não se barganha o amor.
Amor é escambo, talvez.
Um telefone sem fio. Movido a telepatia.
Não, moeda de troca onde se recebe de troco, a desilusão.
Alô, câmbio, alguém me ouve?
S.O.S. S.O.S S.O.S.S.O.S. Estou SÓ.
Aqui, refugiada dentro de mim.
Posso voltar? O amor está seguro?
Alô câmbio? Alô, mayday mayday. Câmbio?
Não, não está seguro?
Então, me desligo. Câmbio!

Céu paulistano




Foto de João Ferraz


Céu Paulistano


Célia Pires


No imenso véu cinzento-nublado

um milagre: o olho cego às belezas se abre.Descobre nos fragmentos

verdades inteiras.

A contemplação o inunda

quase a ponto de fazê-lo chorar.

Descobre lirismo.

Não mais órfão!

E coberto pelo manto dessa visão sente

extremo consolo e alegria.

Invadido por esse céu

sente finalmente que aquele chão paulistano é o seu lugar...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Red Head




Obra do pintor Marcelo Accarini
htpp//accarinifinearts.blogspot.com

"Red Head"

Célia Pires
Cabelo.
Chamas. De fogo.
Mas o fogo arde
dentro de mim.
Vermelho fico
eu diante do belo.
Diante do Sol que habita em ti.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Paulicéia

Foto de João Ferraz


Paulicéia

Célia Pires
Depois que te deixei minha vida ficou incompleta.
E esse pedaço que me falta dói. Muito. A ferida não fecha!
Ainda sinto o prazer da chegada. A incerteza da partida.
E no seu barulho ensurdecedor aprendi a ouvir o meu silêncio.
A fazer do meu medo, súbita coragem.
Em sua escuridão encontrei a luz. Me achei em mim.
Aprendi a caminhar no silêncio da sombra, a me safar dos perigos de cada esquina.
A decifrar um pouco do mistério que há em ti.
Ah!Como te amo.Apesar de tudo.Te amo. Te amo!Dar as costas a esse amor foi duro. Cruel.
Saudade de ti. Saudade boa de ti. Da sua liberdade. Do seu paraiso. Da sua consolação!
A 'casa' onde habita a minha alegria ficou um pouco muda, um pouco deserta depois que te deixei.
Mas aqui tenho o sol,o soprar de um vento suave e até um pouco de doçura e ao contrário dai, posso ver a olho nu as estrelas alumiando no céu.
Mas te trago cá dentro de mim, em mim.Sou Paulicélia, Paulicéia...

Capela


Obra do pintor Marcelo Accarini "Capela da FazendaSalto Grande-Araraquara
http//accarinifinearts.blogspot.com

"Capela"



Célia Pires

Seja na urbe
ou
na fazenda,
Ir pra capela é um salto.
Grande!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A galeria






A Galeria






A Galeria






Imagem: Marcelo Accarini
A Galeria"
Célia Pires

Na galeria estão
os achados de mim e em mim.
Meus inúmeros tesouros.
Alguns guardam a dor maior.
Outros a alegria premente.
Muitos, o desejo de ser e não ser. Conflitos.
O menino que teima em redesenhar o mundo
para tentar fazê-lo melhor.
A Galeria
Não é apenas um sala com quadros e objetos de arte. Ah se soubessem!!!
Mas nego meu testemunho.
Só revelo que há partes reiventadas de mim.Desventuras.Venturas.Aventuras. Versos soltos que fazem parte de um poema inacabado e episódios que compôem a minha história.
A Galeria sou eu. Sou eu...