quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Reflexão



Obra do pintor Marcelo Accarini

Célia Pires
Quando dizemos que temos que nos conscientizar
de que ninguém tem culpa das nossas covardias, dos nossos egocentrismos, das nossas carências e entre outras fraquezas humanas é uma meia verdade, pois assim como existem pessoas que nos provocam modificações profundas e beneficas existem também aquelas que provocam o contrário. Ao invés de nos tornamos inteiros estamos cada vez mais mais nos transformando em fragmentosm urbanos, desprovidos das delícias de caminhar descalços, de parar para ouvir os pássaros cantarem.
Quando nós desferimos palavras asperas a outrem, muitas vezes, depois de algum tempo, essas palavras são apenas isso: palavras.
Mas não paramos para pensar no veneno que essas palavras continham.Seguimos em frente sem nos preocuparmos com a dor, com os traumas provocados por aquelas que para nós eram simples palavras ditas no calor do momento.
Muitas vezes agimos como toupeira, sem querer ofender o bichinho!
Sim,meus queridos, a vida é uma vitrine de aprendizados, mas muitos engessados pelas dores não têm força para olhar. Não têm força para olhar!
São muitos os aflitos, os magoados que engrossam cada vez mais as filas da indigência de sentimentos.Cansados de mendigar afeto se revoltam e engessados pela dor, ao invés, de perdoarem também lançam sobre os outros seu veneno, olha só, muitas vezes provocados por aquelas palavras ditas por nós. Lembram-se?
Embora não tenhamos a intenção de desagradar ninguém,pois lógico, queremos ser amados, admirados por nossa conduta,muitas vezes pisamos feio na bola, mas acreditamos que ninguém vai perceber que nossa vitrine não é assim tão arrumadinha como parecia.Queremos desesperadamente ser feliz. Isso não é errado.A forma como fazemos para chegar a essa felicidade é que muitas vezes não é correta: infantilidade, falta de bom senso, soberba, inércia, ganancia, avareza e por ai vai todo um rosário...de fragmentos que somados transformam tudo em dor.
Se para tudo na vida há uma solução, quem sabe o desarmamento seria uma delas. Poderíamos começar desarmando as nossas metralhadoras cheias de magoas....cheias de magoas....

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