Foto de João Ferraz
Casa
Célia Pires
Ali é como se estivessem pisando num tapete macio, mansa e lentamente. Andando, por assim dizer, num caminho, às vezes, suado, mas sempre suave. Ás voltas com roupas, contas, panelas, carícias,poesias da vida real... E é tal a delicadeza da música ali tocada que parece que somos convidados a sorver pequenos goles de um raro néctar em xícaras da mais fina porcelana. Ali parece que as pessoas se tornam deliciosamente cúmplices, com muita prosa boa para nutrir a alma.
Prosa: Bonita.
Visceral.
Com lances travestidos de amor.
Às vezes algumas rusgas.
Com o tempo, algumas rugas, que surgem como goteiras
que se infiltram e minam o telhado do tempo.
A tinta descascada.
Mas onde a amizade é saboroso cardápio.
Ali não separa. Casa.Uni, pois é construída em bases. Sólidas e não só lidas! Ali pode até existir dor, mas quem a habita é a esperança...com todos os significados que carrega,pois é ela que pode lhes salvar a vida: a esperança...
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