sexta-feira, 16 de abril de 2010
Paz
Foto-João Ferraz
PAZ
Célia Pires
Ah! se eu pudesse pintar a paz! Como ela seria?
Um mar em completa calmaria?
Uma criança dormindo serenamente?
Se eu pudesse pintar a paz que cara ela teria?
A da alegria?
Mas como pintar a paz num mundo convulso e em completa agonia?
Como manejar os pincéis sem borrar a tela com angústias, com as dores das feridas abertas nos corações daqueles que só procuram viver em harmonia?
Como pintar a paz me isolando das pessoas, me perdendo de mim mesma? E se por acaso me encontrar que paz posso encontrar me apartando das pessoas? Como pintar a paz na solidão, se depois temos que submergir à superficie e encontrar nossos pares? Conviver? Sobreviver?
A paz é um estado de espírito? A paz é a falta de guerra?
Muitas vezes sou assaltada e conseguem roubar a minha paz e inúmeras vezes me esqueço de que ela,a paz, repousa no fundo de mim mesma e que só eu posso deixar que me roubem. Não quero conquistar a paz através da guerra! Contrapartida partida!
Quero pincéis de cerdas macias. Embora saiba que não há perfeição e que posso arranhar a superficie da tela. Fazer rasuras. Devemos aprender a antiga lição de que na tela da vida não há rascunhos. Somos tela em branco, na qual vamos pintando nossa história, embora possamos esconder as cicatrizes com uma demão a mais de tinta.
Na verdade, eu não queria saber de retórica.Ela às vezes não expressa as cores verdadeiras dos sentimentos. Queria e quero só poder fazer uma coisa: pintar um lugar bem bonito e te levar pra lá. Pra vivermos em paz....em paz...
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Também, pudera, essa mulher tem vida interior profunda. Base, sabe como é? Fazia tempo que não me deparava com um blog tão bom. Justo. Na medida certa. Detesto esses que enfeitam o pavão. Célia faz chover, mas não no molhado. Quando está seco. E manda bem. Entende do riscado. Ela asempre acerta na dose, conhece a importância do tempero, tem sensibilidade e sabe se posicionar muito bem diante da realidade e da ficção. Tem estilo, esta minha prima.. É uma das poucas pessoas que eu conheço capaz de conciliar humildade a conhecimento. Bem, chega de rasgar seda. Célia, eu sou seu fã e o seu trabalho, extensão do seu ser, reverbera, inebria, encanta tanto quanto tudo o que você faz, porque, você sabe, tem amor.
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