sábado, 18 de setembro de 2010

Chão

Foto-João Ferraz


Chão
Célia Pires
Você me deixou sem esperança, quando inseguro de si mesmo, se lançou no mundo para viver novas histórias: Meu mundo era pouco, meu amor não era nada.
Assim, depois de longo tempo tentando viver do que ainda havia restado de amor próprio em mim, você aparece assim de repente, sem avisar, sem avisar!!!
Quando te vi não sabia se me trazia ou levaria novamente algo de mim.Se havia ensinado ou aprendido. Também não sabia se havia chorado ou sorrido.
Se havia ficado calado ou contado muitas histórias.
Se havia voltado alguém melhor ou pior.
Se educado ou grosseiro.
Se havia retornado mais homem ou mais menino.
Se os músculos estavam doloridos.
Mas percebi que a alma estava descansada e no momento, foi tudo o que importou.
Você me contou de sua longa peregrinação e de que todas as ausências, a mais significante foi a minha.
Definido. Seguro. Verdadeiro. Sem arrependimentos me confessou o seu amor plantando novas sementes de esperança,povoando o jardim abandonado em mim.
Ao longo do caminho, descobriu que não podia distorcer o sentido de sua vida, reconhecia que nos fazer feliz era sua principal missão.
Foi dizendo que aprendeu que a vida é cheia de possibilidades, e, que a cada minuto pode trazer algo especial, então fez o caminho de volta, seguiu seu destino que o trouxe a mim. Inteiro. Por inteiro!
Não fiz cobranças. Aceitei a sua volta como um prêmio que a vida me dava:não tinha mais dores a ofuscar e a salgar o meu caminho, pois ali estava novamente o meu chão, o meu chão...

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