domingo, 26 de dezembro de 2010
Fé
sábado, 25 de dezembro de 2010
Acalanto
Se eu pudesse te aliviaria o peso dos ombros
Se eu pudesse afagaria seus músculos até aliviar qualquer dor e depositaria todos os meus beijos
Se eu pudesse te embalaria depois de lavar seus pés, o ninaria como uma criança sedenta de colo até você dormir um sono dos justos, mas só posso desejar, mas só posso desejar, pois você não é meu, não é meu...
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
She
O lenço envolto à bonita face é para esconder seu lado 'escuro' ou simplesmente alguma dor na obscuridade negra de seu olhar?
Seu rosto parece guardar toda a lancinante agonia do mundo.
Será que ela quer sonhos que caibam no tamanho daqueles que abriga desde criança ou simplesmente alguém que lhe alivie a angustiante dor?
Desesperada, procura, às tontas, quem poderá ‘construir’ as pontes para que atravesse e realize seus desejos: o de mastigar a dura realidade e de sonhar!
Talvez um mágico, um polichinelo ou um garboso cavaleiro!
Não lhe importa quem...
Ela simplesmente procura desvairadamente alguém que lhe retire o lenço mansa e ternamente e lhe mostre aonde encontrar o doce néctar no amaro da vida. Ela busca alguém que lhe retire o lenço, que lhe retire o lenço...
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Por um momento...
No escuro do quarto de minh'alma o sinto chegar.Minha introspecção invade o espaço como uma pedra de chumbo e amarra o desejo, me impedindo de avançar.
Mas o amor é maior e se lança à corrente soltando as amarras
Avanço. Quero tomá-lo. Domá-lo.
Fazer a todo custo que sucumba ao riso profano, escancarado
Mas tropeço em algo que suponho ser mera ilusão, talvez um passatempo temporário.
Mas me levanto. Não me importo. Sim não me importa, pois se puder por apenas um momento escutar o som do seu riso, experimentar o gosto da sua boca e me perder no brilho de seu olhar já terá válido à pena....
domingo, 28 de novembro de 2010
A russa grávida
Obra do pintor Marcelo Accarini
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"A russa grávida"
Célia Pires
No olhar de águas claras, a majestade cristalizada.
Nobre.
Inata.
Altiva.
E em águas uterinas e 'russeificadas' a geração de um novo ser.
Gesta o instante. Gestante!
Será novo um Nabokov? Tolstoi? Dostoievski?
Um Yaschin. Uma Sharapova?Não importa.
Desde que no ‘dia da vitória’ venha ao mundo um(a) nobre e saudável 'camarada'...
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Rio de Janeiro
Célia Pires
Maculando de vermelho toda a verde beleza, a bala ainda tonta, perdida e descontrolada só diminui e cessa quando se sente abrigada.
E assim aconchegada desconhece a triste verdade de que para alguém não mais haverá a redenção do Cristo,nem o açúcar do Pão, os fogos do Reveillon, o gingado malemolente do Carnaval.
Sem futebol.Sem Maracanã!
Sem samba. Das escolas
Sem praias. De Copacabana!
Sem mais o caminhar pela Cidade Maravilhosa!
Não mais o gozo de ver as ondas quebrando na praia.Só a rota para o desconhecido....para o desconhecido...
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Canibal
O que acontece entre você e eu não se entende.
Sente-se.
Sinto-me derreter
Você me deixa louca
Você me cativa a cada
momento da minha vida
Me sinto febril
Eu quero você por inteiro
Quero sentir seu cheiro
Te devorar até que nada mais reste a não ser a vontade de te devorar de novo, de novo e de novo ...
domingo, 21 de novembro de 2010
Holambra
Obra do pintor Marcelo Accarini
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"Holambra"
Célia Pires
Fim da II Guerra Mundial. Devastação.
Sem rumo, só resta partir para onde ainda haja novas esperanças.
Holandeses empacotam sonhos.Migram.
1949.Chegam. A vida nova tem nome e sobrenome: Brasil.Estado de São Paulo. Fazenda Ribeirão.
Ali é o começo, a semente do que viria ser.... a Cidade das flores!
1991.Semente germinada:Holanda, América e Brasil: Holambra
Acróstico que traduz a gratidão por poder desempacotar os sonhos de ter por entre flores um pedaço de sua terra,a Holanda...
sábado, 20 de novembro de 2010
Além
Imagem de João Ferraz
http://www.jooferraz.wordpress.com/
Além
Célia Pires
A Lua, às vezes, me surge como uma imensa hóstia me convidando a comungar de seus mistérios que estão além, muito além de minha compreensão! .
A Lua também me chega, talvez de dentro das sombras, recortando a escuridão, parecendo que embebida em embriagante melancolia.
Apavora-me com sua face marmórea, quase sepulcral.
E antes de me afagar com sua paz me lança em tormentos...
Tentar dominar as lembranças é como tentar apagar cada estrela ‘pintada’ no céu. Está além das minhas forças!
Minha conta é louca: o sofrimento não diminui. Só se multiplica...
Mas a Lua que parecia tão longínqua parece romper o espaço e diminuir a distância. Parece me fazer pensar que encontrar o interruptor para acender a luz da esperança nem sempre é tarefa fácil, mas não impossível, e que a chave de tudo é o amor, que vence todas as barreiras e vai além do além... e mais além...
O banco
O banco
Célia Pires
Eu banco a forte muralha
Mas por dentro me desfaço em ruínas
O sorriso desfeito, a alegria escassa
A cada encontro eu tremia de emoção.Com emoção.
Momentos de glória, pois ali estava você,no banco. Única testemunha do amor que me atacava à queima roupa.
Um dia e mais outro e outro... a ausência
O banco vazio de você...
Mas a cada dia as velas da esperança ardem dentro de mim.
A cada dia chego no horário do encontro. Banco a teimosa, banco a insuportável solidão, mas não chego a me sentar. Fico na espreita esperando que a qualquer momento você se materialize naquele banco...
Grão
" E ai? ". Frase monótona, de um tom só.
Mas que traz em si mil perguntas, cuja
resposta está dentro de si mesmo, embora ele ainda não saiba.
Qual o caminho quando ele quer empreender fuga de si mesmo? Quando deserta e subverte seus próprios sentimentos?
Sim,uma simples sentença como “e ai?” se transforma num manifesto, cuja verdade absoluta está encerrada em si mesmo, em si mesmo...
Como um grão que lançado ao solo tem o compromisso de germinar, de frutificar e amadurecer o verde fruto do amor, e se não o faz transforma-se num desertor, desertificando a terra que num ato de fúria lhe devolve a inquietante e dolorosa pergunta : “e ai?”
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Rio de Janeiro
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“Rio de Janeiro”
Célia Pires
Me apaixono à primeira vista...à segunda, à terceira vista, e todas as vezes que te olho. No teu solo, afagada por tanta beleza não me sinto estrangeira.Me sinto carioca.Abraçada por seu Redentor,alimentada por seu Pão de Açúcar!
Mergulho de cabeça em suas matas e florestas, no seu requebrado único, no local onde ecoam memoráveis gritos de gol. Mergulho em suas convidativas e sedutoras rotas...
Leviano,depois de me cativar, apaga meus rastros da areia...
Mas gravei seus belos traços.Pra sempre. Lindo de comover, ás vezes de doer pela violência que te impõem...
Você aportou em minh’alma ou minh’alma foi que aportou em ti? Que me importa? Te amo. Te amo e te amo!
Rio de alegria e choro de saudade.Meu Rio de Janeiro! Meu mágico Rio de todos os meses!De todas as ‘gentes’.
Queria ser só por um momento essa bela paisagem banhada por seu mar, pois como dizia o compositor “o mar quando quebra na praia é bonito, é bonito...”
Quer comprar?
Obra do pintor Marcelo Accarini
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Quer comprar?
Célia Pires
1983. Avenida Portugal.Araraquara. São Paulo.Brasil.
O menino posta seu cavalete em frente a casa e começa a pintar.
Naquele momento o pincel era como uma pipa em suas mãos desenhando os contornos da casa no céu da tela. Os sonhos de menino ainda engatinhando, povoado de lúdicas cores.
De repente, uma senhora o tira do enlevo atrapalhando a concentração. Embora ela elogie o quadro que se forma, ele quer ‘caminhar’ só. E como não era bobo, para se livrar atacou o lado sírio-libanês da referida:
-Quer comprar?
Resultado: Pintou tranquilamente a tarde inteira!
Indelevel, esse fato ficou arquivado na galeria da memória.
Muito tempo se passou.Outras ‘senhoras’ apareceram em outras épocas, em outras avenidas atropelando e atrapalhando a sua concentração, mas o menino nunca desistiu de soltar pipas e encher de cor o branco céu de uma tela..
sábado, 13 de novembro de 2010
Clarice Lispector
1922. Brasil: renasce Clarice.
Lispector. Lis no peito. Flor de Lis: Clarice Lispector. Ucrano-brasilica.
Judia. Judiada...
Verdadeira. Se deixava ser...
Maternal.
Instigante.
Tímida.
Ousada.
Foi Teresa Quadros. Helen Palmer.Ghost-writen de Ilka Soares.
Nada de meios termos.
Os olhos eslavos,oblíquos, guardiões de seu templo enigmático e misterioso.Secreto.
O alimento, a palavra,sempre a palavra, seu domínio sobre o mundo!A felicidade clandestina!
Uma ‘sentidora’. Uma escritora.Jornalista.Ela mesma uma clareciana.
No confessionário de si mesma nada revela.Misteriosa.
A ilusória passividade no olhar.
Guerreira travando batalha contra si mesma. Regurgita emoções contraditórias. Conflitos domésticos e interiores.O mundo caótico dentro si é cercado por uma incomensurável melancolia e angustia, mas ela é profundamente humana. As lágrimas suspensas em enigmático brilho mostram fragmentos daquilo que lhe vai por dentro: miséria existencial.
É como se tivesse de atalaia para se proteger do bote da dor.
E magicamente, do aparente chão árido de si mesma, brotam flores em forma de poemas , de romances,de notícias de jornal.Prêmios!
Na calada da noite, ao dormir com o ’companheiro’ aceso sente-se incendiar.O fogo a marcou.Cicatrizes na alma, na pele.Mais tristeza e solidão.
Sem palavras para novas vertigens e delírios sente se morrer. Perto do coração selvagem...Quer reflorestar o deserto de si mesma, mas está com as mãos vazias de sementes!
Dezembro. 1977. Um mal maior a consome.
Natural e sobrenatural dizia que entende-la não era uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca.
De repente ouve um sino tocar incessantemente. Dobram por ela. Chegou a hora da estrela...
domingo, 7 de novembro de 2010
Duende
Duende
Célia Pires
Não sou só um mito.
Acredite!
Sou elemental, elementar...
Alegre
Amo a música. A dança.A Vida!
Bagunceiro até não poder, só permito que me
veja aqueles que ainda trazem a criança que foi dentro de si
Mentira que engano os homens com meu falso ouro.Eu os protejo, quando permitem, de sua própria ganância.
Se quiser me encontrar é facil:na densa floresta de seu coração.Se caminhar desprovidado das maldades humanas vai me encontrar. Sou guardião de um pote no final do arco-iris,pote esse cheio de uma riqueza chamada amor. Para pegá-lo, basta acreditar em mim!
Você acredita em Duendes?
sábado, 6 de novembro de 2010
Quase...
Quase...
Catapultada a um mundo mágico,
descubro que posso me permitir tudo:pecar sem pedir perdão!
Ser livre ou escrava.Mas sei que antes de cativa, estou cativada...
Confessar e realizar os desejos mais recônditos.
Sem cobranças.
Buscar o céu e achar.
Não resistir e ainda colocar mais lenha no fogo que me consome.
Mas na queda descubro que cai no campo dos sonhos.
Mas não ouso ultrapassar o portal da realidade, pois sei que a verdade pode me despedaçar em milhares de fragmentos de dor.
Ter esses momentos me nutre de luz .
Ilusão?
Sonho?
Que me importa?Se é assim que posso ter você?
Catapultada a esse mundo mágico descubro que quase posso ser feliz assim, quase...
D. Bosco. Ramos Mejia. Buenos Aires(Argentina)
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D.Bosco. Ramos Mejia. Buenos Aires
Célia pires
Imponente ‘la tierra’ de Ramos Mejia.
Intensa, a pérola do oeste.Rara jóia.
Argentina tão atraente que impele a conhecer as suas formas,seu conteúdo. Sua geografia.Sua história.
E no meio de tanta beleza um ‘bosque’.Salesiano
Com ‘matas templárias’ pra se aprender até a orar.
Surpreendente, ‘la ciudad’ guarda um dom.Bosco...
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Brotas II
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Brotas II
Célia Pires
Quem dera pudesse possuir uma voz que ao brotar de mim penetrasse seu coração,como as suas areias cantantes penetram no meu, pois que me causas encantamento.
Quem dera possuir uma voz que traduzisse
toda a poesia que há em mim, mas mesmo assim
descaradamente te canto em verso e prosa,pois para mim tu es encanto.Canto.Só o meu coração sabe de ti.Canto. Desafinada,com afinada paixão, pois brotas em mim aos borbotões.Sentimentos crus, limpidos, ainda sem a mácula da dura realidade. Feito mata selvagem.
No poema que hora brota, me permito escrever a minha verdade: canto porque descobri que tu existe...
E 'tu' brotas e cresces a cada dia dentro de mim. Vertiginosamente. Descontroladamente. E a cada momento vai descortinando e ressuscitando lindos versos de antigas canções guardadas e adormecidas até chegares... e tu chegaste!
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Brotas
Valei-mei Nossa Senhora das Brotas!
Livra-me do peso da dor, pois mesmo sem bagagem
parece que carrego o mundo nos doridos ombros.
Quero a poesia que brota de sua areia cantante.
A esperança apontando em cada trilha que eu passar.
Desejo seu clima tropical,a energia das cachoeiras que brotam do seio de sua terra.
Quero a aventura de seus rios. A sua natureza em mim...
Com toda força não desejo mais conjugar a minha dor.Fazei-me um milagre: 'brotas' em mim as suas flores do amor,do amor...
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Capa de CD
'Capa de CD
Célia Pires
O sorriso nos olhos ficou pra sempre congelado.
A infância de volta: a cantoria da meninice
faz tudo ficar absurdamente suave.
Sem máscaras, encenam e eternizam
um perfeito e intenso recorte da alegria.
Vestidos com a luz do dia,
compõem um belo verso de um poema chamado vida
e se eternizam no livro da memória...
Reflexões sobre a vaidade
Reflexões sobre a vaidade
Caminhar por sonhos é muito mais seguro do que pisar em ovos. Mas a vida não é somente sonhos e nem somente ovos. Tudo depende da escolha,pois sempre se pode fazer uma pausa para se preparar algumas omeletes.
Graças a Deus que cada um é cada um e não o que gostaríamos que fossem.Vivemos num mundo de exibicionismos fisicos e intelectuais, ambos exacerbados,por isso quando pessoas com alguma sensibildade nos chamam a atenção queremos atrai-la para nossa teia,beber,comungar um pouco de seu raro vinho, mas às vezes,estamos desprovidos de taças...
Acredito que não devemos brigar com a realidade e trocá-la por nossas idéias, pois que criamos sem notar uma armadilha e pior, nós que caimos nela.
Mas nunca se conhece verdadeiramente um ser humano se não vasculharmos a sua alma, pois muitas vezes, sem perceber, colocamos grossas camadas de pintura em cima de nosso próprio quadro, desrespeitando a técnica e passando por cima do talento em nome dessas vaidades humanas.
Infelizmente não há respostas prontas de como lidar com cada ser humano,pois que cada um é um universo particular e construtor de sua própria obra...
Saramago
A curiosidade diante de um mundo, quase sempre injusto fez com que lançasse mão de sua ‘pena’em ensaios, romances, crônicas, poemas como armas combativas...
Sendo um guerreiro literato. Um questionador dessa ainda incógnita existência humana milita pelas causas sociais: livros e livros. Fantásticos e espetaculares livros!!!!!!
Com a pena vieram os problemas, mas também a consagração: o mestre dos mestres!
Simples na explicação do significado de seu sobrenome, José dizia que seu pai contava que Saramago é uma florzinha silvestre que nasce nos escombros e que isso evitava
o trabalho de procurar pseudônimos."
Na Bagagem do Viajante que dizia que sem idéias não se vai à parte alguma havia muitas ‘peças’ de realismo, alegorismo e até satirismo.
Em seu ferrenho ateísmo dizia que com a morte tudo se acabava aqui.Estava errado.Ele partiu, mas ficou: o velho mestre português continua caminhando livre.Sem ponto final, só vírgulas...
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Os pampas
domingo, 31 de outubro de 2010
Fragmento de Fé
Fragmento de fé
Célia Pires
Pisoteado os sentimentos.
Busca lenitivo e encontra refúgio no silêncio imposto pela suspensão momentânea do ‘exercício’ religioso.
Mas o clima ruim que vinha se formando dentro de si anuncia um vendaval.De dores...
Com os olhos febris tenta orar buscando a misericórdia , mas se sente fraco, depauperado.
Mas ao olhar para a santa cruz parece ouvir:basta!Sim,basta!
E sente que é imperativo obedecer.
Assim, fortalecido por essa piedosa voz, levanta-se, junta o que lhe resta: um fragmento de fé.Segue em frente, segue em frente, pois agora sabe onde encontrar a si mesmo...
Rolleiflex
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Bottles
Obra do pintor Marcelo Accarini
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"Bottles"
Célia Pires
Percorreu longos caminhos a procura do frasco perfeito
Para aprisionar a essência que considerava divina
Testou barro.
Alumínio
Ferro
Plástico
Nada serviu
Até que um dia sua jornada chegou ao fim
Conseguiu encerrar no vidro o liquido que inebriava
Mas descobriu que o aroma do perfume assim como o amor não pode ser aprisionado,pois se expande pelo ar. Ele é livre, e sua essência só perdura nos frascos do coração...do coração!
****Bottles:frascos,garrafas,recipientes
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Guerra fria
Tocada
Ensimesmada
Levanta o quanto pode as barreiras de si mesma
Mas, algo mais forte lhe rompe o escudo
Sente tontura com o forte impacto
Mas estranhamente ,àquilo que sempre repudiou em outrem:
cobiçar terras alheias, embora não lhe pareça certo, pois violenta seus pudores, lhe faz bem!
Ah, mas porque a vida lhe dava esse delicioso golpe?
Sacudida por esse 'ataque' se sente perdida.Sem guia.Cega pela prima vez
Mas entretanto, entre tantos, é para ele que o coração traiçoeiro vem baixando a guarda,
e sem ao menos ouvir a sua voz, sem ao menos conhecer o verdadeiro brilho de seu olhar
vem se rendendo inconsequente
No labirinto de si mesma não se sente com vontade de achar o caminho de volta à realidade,pois é
no campo dos sonhos que o encontra seu,às vezes principe, às vezes sapo, mas seu...
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Libertação
Obra do pintor Marcelo Accarini
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Cachoeira
Cachoeira
Célia Pires
A natureza solta os cabelos em longas cascatas
sedutoras,
de fluidica maciez que penetram na 'pele' da
Libertadora,me suga a tristeza que escorre em
Em queda livre, descubro que quero me banhar e beber de sua fonte...pra sempre,pois és cachoeira!!!Cachoeira!
Pasmo
pasmo
Significado de Pasmo
s.m. Espanto; assombro.
Adj. Pasmado, assombrado, espantado.
Como mastigar do fruto que somente
existe em minha imaginação?
Tenho fome, mesmo diante de seu assombro, tenho fome.
Tenho fome de beijos
Tenho fome de abraços
Tenho fome ...de sua alma...
Pasmada.Espantada. Assombrada, estou eu...pois, 'canibal', quero te devorar...
domingo, 24 de outubro de 2010
O olhar
Obra do pintor Marcelo Accarini
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O olhar
Célia Pires
Ao se deparar com aquele brilho raro sentiu- se preso
num cativeiro do qual não tinha forças
para se libertar.Ferro em imã!
Nada diziam. O olhar tudo traduzia: se queriam!
Tocado, do mais profundo do seu ser vinha lhe uma alegria.
O seu olhar no dela se refletia em deliciosas promessas.
De repente, sentiu-se como que chegando na Terra Prometida :o olhar dela exigia, pedia, cobrava, suplicava, além, muito além daquele olhar no olhar...
sábado, 23 de outubro de 2010
Luzes de um só
Célia Pires
Quando permitiu que se descortinasse o véu de sua alma
o que surgiu foi uma luz intensa trazendo a descoberta do
que era jóia pura.
E essa nudez da alma trouxe ao seu coração um deslumbramento misturado a certo encantamento.Ela sabia o que sentia:ele!
A vontade de não lhe afagar somente o corpo, mas também sua alma a assustou. O sentimento era violento,mas não violentador!
De repente sentiu-se rica.Ele era o tesouro prometido no final do arco-iris.
Do que pode ser nada sabe, mas não tem medo de se ferir durante o mergulho profundo.
De repente se sente levitar em puro amor.
Sonho? Realidade?
Que importa?
Deixa-se envolver por essa arrebatadora força.Transborda de felicidade.
Surpresa, sente intensamente essa poderosa força que a banha e a deixa aquecida. Descobre que a força é feita de luzes, luzes de um só...coração, num só coração!
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
La Femme
Quando o rei chegou a encontrou desarmada. Mas não indefesa.Com a alma e o corpos nus.
Diante daquela majestade que a encantava,lutou com unhas e dentes por um pouco de carinho.Por uma migalha de amor!
Ao envolvê-lo, fez com que caisse na sua rede...de sedução.
Como uma fêmea machucada, ferida, queria vingar-se por ele ter lhe roubado o coração. E nos lençóis fez seu campo de batalha. Atacou com toda a força de seus carinhos até vencê-lo, subjugá-lo, torná-lo 'escravo'. Comemorou a vitória partindo para um novo ataque...
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
La Femme
Obra do pintor Marcelo Accarini
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"La Femme"
Célia Pires
Ela se comove até as lágrimas.
Ao pensar em quem poderia ser ele...
Temerosa descobre que deseja mais do que de frases dispersas.
Deseja um livro.Inteiro.Daqueles bem volumosos.Com muitas histórias pra contar.
Mas o que tinha?
Beijos, sem a sua boca.
Não conhecia sua voz, mas compreendia as suas palavras.
E ali despida de si mesma.
Sente as lágrimas que caem durante a gangorra do olhar.
Mas sabe que não é tristeza não. Não mesmo.
É o transbordamento da alegria que se derrama em morno e suave contentamento pelo milagre de saber que em algum lugar ele existe, que ele existe....
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Fragmentos Urbanos
Foto de João Ferraz
"Fragmentos Urbanos"
Célia Pires
No meditativo silêncio da noite
me encontro partido, desfeito.
A poeira do chão, os cacos estilhaçados da minh' alma me mostram que
não importa o tamanho da jornada: tenho que seguir.
Desperto por um instante do forçado alheamento
imposto por um mundo caduco.
Me vejo fora do universo. Sou neste momento
apenas um recorte extraido dessa louca cidade.
Um estilhaço pontiagudo que pode perturbar
e ferir a alma da noite com
sua inquietação profunda.
Tento atravessar a ponte de mim mesmo,
mas tropeço em sonhos enjeitados.Choro. Não quero ser fragmento.
Quero ser inteiro!
Dessa vontade emerge a esperança.
Não quero colar fragmentos,pois há tragidade em cacos estilhaçados.
Mas também pode haver beleza num verso, fragmento da poesia, na flor de um jardim, no canto de um pássaro, numa única estrela, na rua de uma cidade, num olhar, num único beijo...
Alimentado por essa paz decido recolher os fragmentos, reconstruir a minha identidade. E ao recolhê-los, me refaço,pois compreendo que cada parte é ao mesmo tempo o todo, sim ao mesmo tempo o todo...
Calma
Foto de João Ferraz
"Calma"
Ai minha Nossa Senhora do Chuveiro Elétrico, dai-me resistência"!!!!
`As vezes fico tentando entender o ser humano,mas me vasculho e não encontro muitas respostas e penso: ou não sou humana ou o ser humano é realmente uma equação muito difícil de ser resolvida.
Eu, agradeço pela Humanidade ter essa inquietação, essa busca pelo desconhecido, não somente material, mas principalmente pelo espiritual.Com ela evoluimos, mesmo aos trancos.
Por esses dias alguém me disse que somos um conjunto de coisas que fomos em outras vidas ou que trazemos na bagagem muitas coisas das vidas passadas, o que explicaria vários dons que podem ser chamados de divinos.
A inquietação do homem fez com que esfregasse um galho no outro e que dessa fricção surgisse o fogo. Dai a atear fogo à floresta já é outra história. O mesmo podemos dizer da invenção da roda,da pólvora, do avião...e por ai vai!
O que quero dizer é que sempre surgirá uma luz na escuridão e, infelizmente, alguma mãozinha mal intencionada apagando essa luz. Já ouviu a frase daquela música que diz: a humanidade é desumana?Pois é!
O que fazer e como lidar com essa inquietação é que faz toda a diferença.
Não podemos generalizar e dizer que o mundo não tem dono. Tem sim. Somos regidos por um relógio interno chamado livre arbitrio e mesmo que não existisse nenhuma lei ou regra sentiriamos e sentimos o peso da atrocidade se a mesma é ou fosse cometida á nossa volta.
Um amigo me disse que o homem não será livre enquanto estiver sendo controlado ou dominado por qualquer força. Mas podemos perceber que o homem torna-se escravo de si mesmo antes de se tornar escravo de outrem ou de alguma coisa.A história nos mostra isso.A nossa vida diária nos prova isso!Quanto às pessoas que vivem em seu mundinho à parte não conseguirem as coisas que objetivam e que por isso fazem a casa tremer com seu terrorismo caseiro é outra história. Acreditem, ninguém merece esse tipo de gente que não tem nada a ver com inquietação e sim com falta de educação, desprovidas de metas e que acreditam numa chuva de soluções, enquanto se anuncia a maior seca do século.É preciso muita calma nessa hora!Ai é que pedimos resistência e municiados com as armas da paciência tentarmos preservar o bom senso, a coerência, embora, muitas vezes os alimentamos com nosso descontentamento desferindo 'golpes' de raiva. E novamente é preciso calma!Calma daquelas que muitos guardam na lembrança que é a de esperar o trem atrasado na estação da memória!
Se você acredita, é preciso buscar a força de uma energia maior, seja a da Natureza, seja a do Grande Pai. São forças mágicas. Do Bem.Existem para que a humandidade não se transforme num caos completo. Elas, essas forças, nos salvam, nos enchem o coração de Amor.E o Amor tudo salva..
Reflexão
Ás vezes somos deveras criativos para mascarar aquilo que nos vai no coração e o grande desafio é nos deixar cortar por essa grande navalha que é a vida.Sem medo de sangrar as desesperanças, as dores, as desilusões do que poderia ter sido e não foi.
Assim,para sobrevivermos perante ao tribunal imposto por nós mesmos, arrumamos alibis que justifiquem nossas metas não cumpridas, nossos desejos não satisfeitos. Nos transformamos em 'delinquentes' do bem, pois que nunca somos culpados. Temos a coragem de dizer que nos falta coragem!Quando na verdade nos falta vergonha de parar de viver um faz de conta: faz de conta que ganho bem, faz de conta que sou amado, faz de conta que sou feliz, faz de conta que ajudo o próximo, faz de conta que sou uma pessoa legal e por ai vai..
Sim, somos os protagonistas de nossa própria história e cabe a cada um de nós decidir que quando a vida nos oferece uma corda chamada felicidade cabe somente a gente,estrangulá-la ou fazer um belo laço...sim cabe a cada um de nós...
Reflexão
Célia Pires
Quando dizemos que temos que nos conscientizar
de que ninguém tem culpa das nossas covardias, dos nossos egocentrismos, das nossas carências e entre outras fraquezas humanas é uma meia verdade, pois assim como existem pessoas que nos provocam modificações profundas e beneficas existem também aquelas que provocam o contrário. Ao invés de nos tornamos inteiros estamos cada vez mais mais nos transformando em fragmentosm urbanos, desprovidos das delícias de caminhar descalços, de parar para ouvir os pássaros cantarem.
Quando nós desferimos palavras asperas a outrem, muitas vezes, depois de algum tempo, essas palavras são apenas isso: palavras.
Mas não paramos para pensar no veneno que essas palavras continham.Seguimos em frente sem nos preocuparmos com a dor, com os traumas provocados por aquelas que para nós eram simples palavras ditas no calor do momento.
Muitas vezes agimos como toupeira, sem querer ofender o bichinho!
Sim,meus queridos, a vida é uma vitrine de aprendizados, mas muitos engessados pelas dores não têm força para olhar. Não têm força para olhar!
São muitos os aflitos, os magoados que engrossam cada vez mais as filas da indigência de sentimentos.Cansados de mendigar afeto se revoltam e engessados pela dor, ao invés, de perdoarem também lançam sobre os outros seu veneno, olha só, muitas vezes provocados por aquelas palavras ditas por nós. Lembram-se?
Embora não tenhamos a intenção de desagradar ninguém,pois lógico, queremos ser amados, admirados por nossa conduta,muitas vezes pisamos feio na bola, mas acreditamos que ninguém vai perceber que nossa vitrine não é assim tão arrumadinha como parecia.Queremos desesperadamente ser feliz. Isso não é errado.A forma como fazemos para chegar a essa felicidade é que muitas vezes não é correta: infantilidade, falta de bom senso, soberba, inércia, ganancia, avareza e por ai vai todo um rosário...de fragmentos que somados transformam tudo em dor.
Se para tudo na vida há uma solução, quem sabe o desarmamento seria uma delas. Poderíamos começar desarmando as nossas metralhadoras cheias de magoas....cheias de magoas....
O velho mestre Mark Chagall
Obra do pintor Marcelo Accarini
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O velho mestre Mark Chagall
Célia Pires
Rússia: o nascimento. A descoberta do arco-iris.
Mas depois veio mais luz:
Paris e com ela a alegria.Festa de cores!
Retorno à terra mãe: guerra. Trincheiras.
Acabou-se o czar.
Belas artes. Artes belas.
Confronto.
Entristece as cores.Volta á cidade luz: paisagens.
Perseguições. Retrato das tensões. Depressões.
Mergulho na dor.Perder um amor...
Busca refúgio.Sonhos que acalentam,mas não curam!
1985: o prometido resolve deixar a Vila Cinzenta.
A alegria perde o brilho. Não mais fruta de pão e ananás, não mais Paris à janela.
Quando o palhaço voador acena um adeus, cai a chuva de cores que ele espalhou pela vida e aquele arco íris precocemente descoberto fica eternizado pra sempre num velho mestre chamado Chagall.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Um pé de quê?
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Um Pé de quê???
Célia Pires
Pede para saber: um pé de que??. Dúvidas me assaltam: Seria
Um pé de valsa?
Um pé de vento?
Pé de feijão?
Pé de pato? De galinha? De moleque. De serra?
São tantos pés, mas ansioso, pede para desvendar somente aquele.
Da remota infância vem o desejo de que seja pé de manga, que verde ou madura serve aos propositos gulosos da meninice.Foram tantas tentativas infrutiveras de adivinhação para que, no final, se desvendasse a resposta simples e direta para a pergunta: um pé de que? Pé de Amor!Pede Amor!!!
Amor Guardado
Amor Guardado
Célia Pires
Olha-se no espelho. Alguns fios denunciam a passagem do tempo que corre célere e sem pausa para os desavisados como ela.
Vasculha-se. Sonda os comodos de si mesma e desassossegada percebe a 'casa' fechada e deserta banhada por uma sombra de dor.
Cansada, muito cansada, decide que está na hora de reconstruir sonhos desfeitos,arejar,deixar a claridade da esperança entrar pelas frestas, pelas janelas,pelas portas.Sim estava na hora.
Precisava descobrir a dança dos corpos,o bailar de línguas, a força de um abraço, a maciez de um colo.
Decidida foi ao seu encontro.Esperava não ser tarde demais.
Ao vê-lo deixou, ao contrário das outras vezes, que percebesse seu olhar carregado de intenções.Todas.
E quando conseguiu reter o seu olhar no dele não permitiu que o silêncio traduzisse o que lhe ia por dentro. Reuniu toda as forças dos anos que o desejou nesse consumido silêncio e essa força rompeu a voz estrangulada,presa na garganta , enchendo seus pulmões com toda a esperança que trazia no coração, e, livre do medo de si mesma revelou-lhe todo aquele amor guardado, aquele amor guardado...
Dedicado ao MA(Meu Amado)
Sorrow
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Não sei porque razão, estranhamente, me invade a solidão.
Fecho os olhos e na penumbra de meu "eu" nem sei ao certo o que sinto.
Será um mal ou um bem?
Deixo me ficar nessa penumbra só sentindo o "blue" que me invade e me roça, me toca como o mais puro veludo e ao som desse lamentoso compasso deixo o sentimento me invadir os sentidos.
Para fazer sentido.
Vou ouvindo o canto dentro de mim e algo toca profundamente a minha alma quase moribunda que aos poucos vai encontrando alento e descobrindo um pouco do "Soul" que chega como se fosse uma réstia de luar.
Os olhos fechados me fazem sentir a pressão de lágrimas.
Transbordantes quase sem alento.
Mas inesperadamente,é jogado para o naufrago dentro de mim um bote.
Entrevejo a esperança e uma nova rota que me traga sons repletos de alegria, sem queixumes a me rasgar a alma e que tenha nos versos palavras como felicidade, para que eu nunca mais possa ter esses olhos molhados por um monstro chamado "Sorrow
O careca
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Célia Pires
Liberto dos fios fugidios,
deixou de combater
uma guerra com a natureza
que descobriu ser inútil!!!
Sapiente, sente que a verdadeira
beleza está muito além das
madeixas que emolduram a face.
Aceita essa nua realidade,
se sente poderoso,
especialmente quando a crua luz
refletida no ‘lustre’ de seu
ser parece mágica,
pois o faz reluzentemente brilhar. Brilhar....
Duas vezes Rafaela
Que mundo será que Rafaela observa, enquanto o mundo cá fora acontece a sua volta?
Que boa 'solidão' essa de desvendar mistérios. Deixar seu olhar vagar através do pequeno angulo que lhe mostrará a verdade. Ah, mas como também é bonito seu sorriso visto assim do natural, sem artificios.
Quem será Rafaela?
Uma menina?Uma mulher?Talvez um pouco de ambas. Duas vezes Rafaela!
Mas na expressão aparentemente tão simples não é preciso espiar por nenhum instrumento para perceber que ela é feita de luz. Própria!!!!!
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