Obra do pintor Marcelo Accarini
Célia Pires
Lembro da rotunda,local onde os trens faziam manobras na Estrada de Ferro Araraquara. Notava-se os montes de areia, necessária para frear as composições. Nesse mecanismo a locomotiva invertia sua posição na linha férrea e, com uma curta manobra, engatava-se novamente aos vagões para regressar...
Envolvido em minha arte, o apito me despertava para a realidade e eu, um aprendiz de pintor, ainda menino, não sabia que o instante iria se eternizar para sempre no quadro da memória.No quadro quadro!
Ali, naquele momento de encanto, quando dava pinceladas despreocupadas tinha a companhia de meus mestres: Kiko e os saudosos Yuta e Mascia.
Sem saber povoaram a minha vida de cores do arco-iris, de sonhos e de realismo ao mesmo tempo que ajudaram a me colocar nos trilhos de minha própria história. Sem que percebessem foram a minha rotunda.Por isso nunca deixei de ser um ‘trem’ colorindo os trilhos dessa imensa tela que é a ávida vida, só por causa da rotunda, da rotunda....
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