domingo, 14 de agosto de 2011

O pintor volta a ser menino e com dedos ágeis pinta um barco.A vela. Com sua embarcação atravessa, destemido, um mar de sonhos coloridos. Percorre um longo caminho por esse mar de papelão. Magicamente a vela o vela e singrando ele vai. As águas sagradas e salgadas fazem com que, inevitavelmente,brotem doces sorrisos.
E assim ao sabor dos pincéis, que'voam' como remos livres, vai saboreando espumas de pura alegria, matando a sede de sua nostalgia lúdica.
Esquece de tudo que o acorrenta. Nada de cela. Só tela. Só vela. Só...
Nesse refúgio se entrega ao prazer
De ter o menos por mais.
Parabeniza-se intimamente por sua perseverança. Paciência de encontrá-las, a incomparável gratidão de ganhá-las.
Delicia-se com a liberdade de deixar a criança que nele existe dar asas à imaginação, correr atrás de suas preciosidades, valorizar o fantástico colecionismo que torna real os desejos da infância,recuperá-la,pois muitas vezes, perdida...
mas com cuidado maduro para não as ‘ferir’, pois mais que brinquedos são suas obras de arte.Se as magoarem a dor refletirá em si.
Descobre que nesse mar de miniaturas nenhum sentimento é pequeno, que o investimento também é emocional.Delicado. A satisfação é imensa...intensa.
E nesse ‘mar’ liliputiano ele mergulha profundamente. Não importa de onde vem o vento, pois a vela parece escolher um que é como uma terna caricia e que ao sabor desse morno e amoroso sopro o faz provar de tão ‘oceânica’ beleza

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