quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Juvenal Antena



Foto-João Ferraz
"Juvenal Antena"


Célia Pires


Definir a vida?!
Nem sempre quando estamos travando uma batalha nos damos conta de que, naquele momento, esta tinha algum sentido ou não. Só depois é que vamos ter essa percepção. Isso quando a temos! Um amigo diz que na sua filosofia de vida aprendeu que existem dois tipos de felicidade, a absoluta e a relativa.
Na minha filosofia, felicidade é felicidade, ou seja, contentamento, satisfação,alegria intensa ou simplesmente paz de espirito!Muitas vezes, não nos damos conta de que aquele momento vivido por nós iria daqui a algum tempo ser chamado de felicidade.A vida é indefinida e uma incognita! Graças a Deus!
É quase impossivel vivermos como um "Juvenal Antena" :com os sentidos ligados 24 horas por dia. Claro que temos nosso sexto sentido, nossas intuições, as experiências vivenciadas que nos ensinam que devemos traçar metas, definir objetivos, mas também aprendemos que a vida não é um pacote fechado. Podemos burlar o destino, superar aquilo que ninguém acreditava ser possível. Sim podemos passar do estágio de simples lagartas a lindas borboletas!
Para mim, vitória é ao menos ter tentado, pois, muitas vezes, as circunstâncias nos desviam dos caminhos traçados e não há nada que possamos fazer para que aquele momento volte para o consertarmos. O superamos, mas não o consertamos.Podemos até fazer gambiarra, mas uma vez solta, a mola do tempo não tem conserto.
Certo, que como diz uma frase do saudoso Chico Xavier, embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo....qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim".Para mim isso é a verdadeira superação e vitória:ter essa coragem para recomeçar!Sempre, de novo e de novo!
Certo, também, que não devemos agir de maneira precipitada em nossa vida para não nos arrependermos depois, mas e se o momento exigir? Se for aquela decisão do tipo: agora ou nunca? E ai, não vai pagar pra ver?
É, percebe que a vida não é como uma receita definida de bolo?
Discordo do meu amigo quando ele diz que o pessimismo coletivo que presenciamos no cenário global atualmente nasce da falta de definição e que o homem moderno concentra todas as suas energias naquilo que ele não quer, quando deveria fazer o contrário.
Para mim, o homem moderno ou o nem tanto, concentra sim todas as suas energias, ou pelo menos grande parte dela naquilo que quer. Desesperadamente e a tal ponto que não mede, muitas vezes,esforços e as consequencias de seus atos: passa rasteira nos colegas de trabalho, faz fofoquinha para ganhar pontinhos com o chefe e até frequenta lugares que detesta só para estar 'in' e não 'out'. Porque quer estar no topo.Vivem plenamente o darwinismo acreditando que estarem no cume faz parte da tal seleção natural, da evolução da especie. Mas nós podemos observar, que como disse o filosofo Tomaz Hobbes em sua celebre frase, que o homem é o lobo do homem. Mas ultimamente dizem que o homem é o lobo do lobo do lobo do homem!Complicado hein!?
Ele ressalta que os problemas pessoais são oriundos da nossa forma bitolada de encontrar uma solução e que, muitas vezes, não percebemos que para toda ação é desencadeada uma reação.
Sim, concordo que à toda ação corresponde a mesma intensidade, mesma direção e em sentido contrário.A lei de Newton é dura, pois quantas vezes não fomos meras borboletas nos batendo de frente com um caminhão? Ação e reação brava essa onde quem sai esmagado é a gente!
Mas o que é ter uma forma bitolada de encontrar uma solução?Qual a fórmula correta se, nesse mundo somos ao mesmo tempo mestres e meros aprendizes? Qual a receita de definição?
Claro que devemos definir nossos objetivos na vida. "Precisamos de definição lembrem-se disto!" ele diz, mas eu digo que já está definido que nascemos e morreremos. Eu pergunto: como vamos definir o que vai nos acontecer nesse intervalo de nascer e morrer?
O mundo é muito complexo para que possamos fazer gestão da gente mesmo.Não somos uma empresa pura e simplesmente,se bem que alguns pensem o contrário. Somos seres humanos e não podemos nos esquecer disso. Somos falíveis, passíveis de erros. Posso estar errada nessa opinião que estou dando. Mas...
Muitas vezes, travamos muitas lutas e meu amigo afirma que precisamos definir o que que vamos fazer na vida,mas indago que se tivermos absolutamente tudo definido poderá haver dias em que decidiremos que não vamos querer levantar da cama, sem saber que no caminho poderíamos ter encontrado aquele amigo que não viamos há anos, ou quem sabe encontrar sem querer uma grande paixão, pois o grande barato da vida é esse: ser uma caixinha de surpresas, sim,de surpresas...

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