Qualquer caminho

Sem compasso , nem régua nem lápis que o valha
Vai escrevendo sua própria história. Sem medida de nada.
Sem regras.
Sem normas.
Sem horários.
Seguindo o Sol e a Lua.
Apreciando as estrelas.
Fazendo de qualquer caminho, caminho.
O mundo é seu.
Mas também não tem nada.
Descobriu uma boa companhia para andar pelas estradas: a sua!
E assim vai assuntando consigo mesmo.
Ouvindo o estalinho gostoso dos matos.
Sentindo o gosto das frutas que se ofertam.
Na bagagem algumas coisas de valor, mas sentimental
Não conseguiu deixar tudo pra trás.
Por vezes contempla nas fotografias, a vida apertada e, aperta-lhe o peito, mas não de saudade, mas de gratidão por ter tido coragem de não ser mais escravo da maldade.
Que corrompe e destrói o semelhante!
Não sabe qual será o fim da linha.
Mas nem pensa nisso.
A vida para ele é só um ir
Sem nenhuma pressa de chegar.
Sem nenhuma pressa de chegar...

Imagem de João Ferraz