Descobri que meu Anjo da Guarda é ainda um bebê.
Me influencia com sua teimosia em não querer crescer e vontade de espernear e gritar pelas atrocidades e injustiças que existem no mundo.
Gosta de se divertir colocando meus sonhos em barquinhos de papel. Digo a ele que o papel pode se desmanchar e afogar meus sonhos.Ele simplesmente ri. De mim e comigo.
Me ensina que é só não deixar os barquinhos navegarem em círculos. Deixar que sigam pela enxurrada da vida que aprendam a se desviar dos obstáculos, que chegarão a seu destino: a realidade!
Às vezes quero lhe perguntar tanta coisa, mas tenho medo.
Das respostas que feito balas perdidas podem me atingir fatalmente.
Ele me olha docemente.
Silenciosamente.
E o seu silencio me envolve.
Seus olhos meigos parecem me dizer: pode ter medo sim, ele traz cautela. Só não seja covarde.
Não fira para não ser ferido.
Não engane cuspindo discretamente na mão para ganhar mais ao bater as figurinhas!
Meu anjo criança me abriga docemente em seus pequeninos, mas fortes braços nos momentos em que mais preciso.
Sim, nos seus pequeninos braços ele sempre me envolve num imenso abraço de amor. De amor...
Meu anjo ainda é criança!
Graças a Deus...
