terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Lá vai o menino




Célia Pires
... Lá vai o menino que passa trazendo no peito a doçura de doces lembranças
De um tempo feliz de criança
Onde tudo era correr, brincar
Chamar pela mamãe se acontecesse algum problema e tudo estava novamente bem.
Lá vai o menino que passa, equilibrando os sonhos nas mãos, as esperanças pulsando, vibrando no coração
Lá vai o menino que passa cheio de garra, energia. Tudo ele pode enfrentar com suas armas de brinquedo
Lá vai o menino que guarda o homem dentro de si
Que cresceu e apesar dos pesares, das dores que tocou sua alma continua carregando os sonhos nas mãos e com toda força de seu ser vai caminhando passo a passo para realizá-los, para vencer muitas vezes a si mesmo.
Lá vai o menino que busca o calor de um colo, de um beijo que o conquiste por inteiro e o faça acreditar que o amor existe.
Lá vai o menino que apesar de ter se tornado homem ainda conserva o brilho no olhar, olhar que guarda segredos, olhar de quem procura algo ou alguém na multidão, sem saber que a vida reserva para pessoas especiais algo ou alguém tão ou mais especiais como ele.
Lá vai um menino que hoje dá mais um passo nessa grande caminhada que é a vida.
Lá vai um menino que ao se olhar no espelho deveria ver refletido o grande homem que é...


(Homenagem a Valdemir Mutti)

Esperando na janela



Um vendedor de ilusões por ali passou
Compraram dúzias de sonhos, promessas de abraços, uma infinidade de beijos e laços de amor eterno.
... Agora ficam ali:
olhos bem abertos, alagados de esperanças.
O coração palpitando
O corpo e a alma prontos para pagar as compras...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Máscaras



As palavras podem ser máscaras disfarçadas.
Quanta palavra não escreveu para dizer que te esqueceu?
Quanta máscara não vestiu para que não visse sua dor?
Para não mostrar que se tornara pássaro sem asas?
Borboleta sem flor?
Dia seco. Sem sopro de vento?
Ah! Quanta máscara não vestiu para se livrar da maldição daqueles que vivem em solidão?
Povoando com sua imagem o pensamento?
Agora ali diante de ti não suporta a dor.
Arranca as máscaras com fúria, percebe que não há palavras que possam expressar
o que sente e que não é derrota voltar atrás.
Assim põe força na esperança e deixa seu olhar despido de tudo, só vestido de amor, falar por si...




*Mascaras confeccionadas pela artista plastica Maria Ap. S.de Almeida Leite